Oito coisas que só quem usou o sistema DOS vai se identificar
No dia de Finados, vamos relembrar de um "falecido" e saudoso sistema operacional do tempo em que "era tudo mato" na computação pessoal.
Você conhece bem os sistemas operacionais como conhecemos hoje, com muita interface gráfica e fáceis de operar com simples mouse e teclado. Antes deles, o "disk operating system" (sistema operacional de disco), sigla DOS, abriu as portas para o grande público aprender a manipular as "máquinas do futuro".
O sistema DOS pioneiro, o 86-DOS, surgiu em agosto de 1980 e foi criado pela Seattle Computer Products e pelo programador americano Tim Paterson. No ano seguinte, a Microsoft comprou a licença do sistema, adaptou-o e revendeu à IBM para operar os computadores da empresa, sob o nome PC-DOS.
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Como os direitos autorais do sistema não foram cedidos à IBM, Bill Gates acreditava que podia vendê-lo para outras fabricantes. Daí surgiu o MS-DOS, que foi licenciado para mais de 70 empresas nos anos 80 e rendeu muito dinheiro à companhia de Gates, transformando-a no colosso da tecnologia que é até hoje.
Em 1985, a Microsoft lançou o Windows 1.0, que era inicialmente uma interface gráfica entre o sistema DOS e o usuário (falaremos mais disso abaixo). A terceira versão, em 1990, foi o primeiro grande sucesso comercial do Windows e fez o jogo virar de novo.
À medida que o Windows foi se tornando um sistema operacional consolidado e o mercado de computação pessoal evoluiu em função do público leigo, que achava o Windows muito mais fácil de operar do que o MS-DOS, este foi caindo em desuso até ser descontinuado em 2000, após oito versões.
Mas quem operou algum DOS em alguma aulinha de "informática" na escola ou faculdade vai se lembrar do que listamos abaixo com alguma nostalgia, ainda que agradeça o fato dos sistemas operacionais de hoje serem bem melhores.
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Era tudo preto e branco (ou verde...)
Mesmo quem não lembra de mais nada sobre como operar o DOS vai recordar como os monitores dos computadores antigos eram enormes, com tubos de raios catódicos (como as TVs da época) e monocromáticos. Sobre a tela preta, os caracteres eram brancos ou verdes. Alguns monitores traziam uma cobertura de fósforo verde bem intensa, tornando os caracteres muito claros na tela. Esse visual foi tão marcante entre os nerds mais velhos que inspirou a chuva de códigos do filme "Matrix".
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Mouse? Que é isso?
O mouse é um periférico que foi inventado para ser uma alternativa ao teclado para entrada de dados no sistema operacional. Mas ele faz sentido em ambientes gráficos, onde você interage com um cursor, que será apontado e clicado para algo na tela, como os ícones do Windows. Mas no DOS, ele não era necessário (falaremos disso a seguir) e daí se você apresentasse um computador com esse sistema para as crianças de hoje, elas iriam procurar um mouse em vão.
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Sem imagem, só mil palavras
Era um sistema muito engraçado; não tinha imagens, não tinha nada. Ou quase nada: o único jeito de operar o DOS era com comandos do teclado, o que sem dúvida é a grande desvantagem dele e de outros sistemas da época para os mais recentes. Afinal, só conseguia usá-lo quem soubesse de antemão os vários comandos. Os mais populares eram: "chdir" ou "cd" para entrar no drive de armazenamento e na pasta de arquivos (seguido dos nomes dos mesmos); "dir" para listar todo o conteúdo do diretório (ou seja, da pasta de arquivos), e "del" para deletar arquivos (seguido do nome do arquivo).
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Tudo começa no C:\>
Quando o DOS iniciava, aparecia o prompt de comando C:\>. Prompt, por sua vez, é o nome dado a este "sinal" de que o sistema estava pronto para receber comandos. O C: é a unidade de disco rígido do computador; ou seja, o usuário a partir deste prompt estaria executando ações no diretório-raiz do disco. Recebeu a terceira letra do alfabeto porque os primeiros computadores não tinham discos rígidos e só rodavam disquetes (mais sobre eles abaixo) em um ou dois drives, chamados de A: e B:.
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Disquetes, muitos disquetes
O disco flexível, mais conhecido como disquete, foi a primeira forma da computação popular para armazenar dados. Surgidos em meados dos anos 70, eram primeiro no tamanho de 5 ¼ polegadas (como o quadradão modelo acima), depois vieram os de 3 ½ polegadas. que em média guardavam até 1,44 MB --uma capacidade pífia se comparada aos discos de muitos gigabytes ou terabytes que temos hoje. Mas lá atrás, o disquete era um grande aliado dos usuários de DOS, ainda que erros de leitura fossem frequentes.
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Abortar, repetir, falhar?
"Abortar, Repetir, Falhar?" (ou em inglês, "Abort, Retry, Fail?") é uma mensagem de erro do computador encontrada comumente no DOS. Ela solicitava ao usuário uma ação, muitas vezes quando não conseguiam ler o arquivo solicitado. Apertar "A" no teclado encerrava a operação e voltava ao C:\>. A tecla "R" tentava novamente a operação, e a "F" retornava com um código de erro, como "arquivo não encontrado". A pergunta ficou tão popular que tornou-se um exemplo de mensagens de computador frustrantes e inúteis.
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Foi o esqueleto do Windows
Como citamos na introdução desta lista, o Windows deve boa parte de seu sucesso ao DOS, pois no começo o programa da janela não era um sistema operacional propriamente dito, e sim um ambiente operacional; ele dava um formato visualmente amigável ao que o DOS executava sob as cortinas. Nas primeiras versões do Windows havia até um ícone (acima) que dava acesso a quem queria voltar a operar o sistema antigo, por estar mais acostumado a ele. No Windows 95 ele praticamente se fundiu com o DOS, e do XP em diante o sistema gráfico ganhou linhas de código próprias e ficou enfim independente da arquitetura do seu precedessor.
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Saudade? Tem no seu PC ainda (mais ou menos)
Apesar de quase ninguém mais precisar do DOS hoje em dia, a Microsoft ainda tem carinho pela sua galinha dos ovos de ouro. A prova disso é que até hoje, no atual Windows 10, é possível reviver o antigo sistema, procurando por "cmd" no campo de busca. Ele abrirá o Prompt de comando, nome do programa que é uma "máquina virtual" do DOS, isto é, é visualmente semelhante e interpreta comandos do finado sistema. E ainda é útil: com ele aberto, digite "ipconfig" para achar informações sobre sua rede de internet (como o endereço IP). Ou "ping" acrescido do endereço de um site (pode ser o IP ou o endereço completo) para o Windows enviar pacotes de dados e ver o tempo de resposta --algo útil para testar a velocidade e qualidade da sua conexão.
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