Arianespace critica Space X por "querer colonizar a órbita baixa da Terra"
O presidente da Arianespace, Stephane Israel, criticou hoje seu rival americano Space X por querer "colonizar a órbita baixa da Terra" com constelações de dezenas de milhares de satélites, e defendeu um "espaço sustentável" contra um "espaço faroeste".
"Somos a favor do espaço sustentável, não de um espaço faroeste", declarou o chefe da Arianespace, encarregada de comercializar o lançador europeu Ariane 5 e o futuro Ariane 6.
Segundo Stéphane Israël, o projeto da Space X, principal concorrente dos lançadores europeus, "é de ser o construtor, o lançador e o operador de 40.000 satélites e, portanto, é um projeto de monopolização do setor e de colonização da órbita baixa (entre 500 e 1.000 km da Terra)".
"Rejeitamos que a órbita baixa seja monopolizada por um ator que acabaria prejudicando a todos os outros", afirmou.
"A questão que é colocada aos europeus é como vamos reagir para continuar na corrida", enquanto os 22 membros da Agência Espacial Europeia (ESA) se reúnem na próxima semana em Sevilha para decidir seu orçamento.
Diante da constelação de satélites Starlink da empresa californiana de Elon Musk, a Europa "começou a implantar uma grande constelação, 'OneWeb'", recordou Stéphane Israel.
"Entre o espaço santuário e o espaço faroeste, há espaço para constelações. Mas nos recusamos a fazer qualquer coisa; esses satélites terão que se desintegrar adequadamente na atmosfera e esse é o nosso foco. Então dizemos sim às constelações que conectarão cada vez mais os terráqueos, mas não a um espaço que se tornaria uma espécie de lei da selva", concluiu.
Hoje, o lançador Ariane voará de Kourou, na Guiana Francesa, para colocar em órbita dois satélites de telecomunicações, pela 250ª vez desde o primeiro disparo de foguete, quarenta anos atrás.
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