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China lança potente foguete espacial Longa Marcha-5

27/12/2019 12h31

Pequim, 27 dez 2019 (AFP) - A China lançou nesta sexta-feira um foguete espacial Longa Marcha-5, um dos maiores e mais poderosos lançadores do mundo e peça fundamental no programa espacial chinês, principalmente para uma missão a Marte, prevista para 2020.

O foguete foi lançado a partir do centro espacial de Wenchang, na ilha de Hainan, às 20h45 (9h45 no horário de Brasília), de acordo com imagens transmitidas ao vivo pela TV estatal CCTV.

Vídeos postados na rede social Weibo mostram uma multidão reunida perto do local de lançamento, aplaudindo o momento do lançamento.

"Após mais de 2.000 segundos, o satélite Shijian-20 foi colocado em órbita", informou a agência oficial Xinhua.

O satélite Shijian-20 transportado pelo foguete deve viajar até 36.000 km da Terra, segundo a revista digitaljournal.com.

Este lançamento permite "testar tecnologias chaves para futuras missões espaciais", acrescentou a Xinhua.

Este é o terceiro lançamento do foguete desde 2016. Após o primeiro, em julho de 2017, Pequim sofreu um fracasso retumbante em sua ambiciosa conquista espacial, quando o precedente Longa Marcha-5 caiu no mar logo após a decolagem.

O lançador chinês, equivalente ao foguete europeu Ariane-5, ao americano Delta IC Heavy ou ao russo Proton M, é um dos elos fundamentais do programa espacial chinês, que prevê uma missão até Marte em 2020 e uma estação espacial até 2022.

"O foguete Longa Marcha-5 tem missões importantes", assegurou no último sábado o vice-diretor da agência da Administração Nacional do Espaço, Wu Yanhua.

"Se este voo for bem-sucedido, deverá realizar várias missões cruciais, como o lançamento da primeira sonda marciana chinesa, a sonda lunar Chang'e-5 e de um módulo central da estação espacial habitada".

A China lançou em novembro de 2016, da mesma base de Wenchang, seu primeiro Longa Marcha-5, apresentado na ocasião como o lançador mais poderoso já desenvolvido.

Mas, de acordo com a NASASpaceflight.com, esse lançamento também se mostrou complicado: seu satélite foi inicialmente colocado em uma órbita ruim, antes que a trajetória fosse retificada, permitindo que os engenheiros proclamassem o sucesso da operação.

O regime comunista investiu bilhões de dólares em seu programa espacial para tentar alcançar a Europa e os Estados Unidos. O país enviou seu primeiro homem ao espaço em 2003.

A conquista do espaço, coordenada pelo Estado Maior das Forças Armadas do país, é vista por Pequim como um símbolo da nova potência da China.

Em janeiro passado, a China se tornou o primeiro país a pousar um aparelho no lado escondido da lua.

Agora gasta mais em seus programas espaciais do que a Rússia e o Japão. Seu orçamento espacial foi estimado para 2017 em US$ 8,4 bilhões pela OCDE.

O gigante asiático também planeja instalar uma grande estação espacial operacional em órbita por volta de 2022.

Se concretizada, se tornará a única estação a operar no espaço após a aposentadoria planejada em 2024 da ISS (que associa Estados Unidos, Rússia, Europa, Japão e Canadá).

Em dez anos, o país também pretende enviar um primeiro chinês para a Lua.

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