Novo app usará blockchain para monitorar coronavírus sem expor usuários
Uma aliança liderada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançará o David-19, um aplicativo para combater a covid-19 usando uma tecnologia blockchain que permitirá que os cidadãos latino-americanos compartilhem dados sobre o coronavírus para ajudar os governos, mas sem expor sua privacidade.
"Todos nos sentimos muito impotentes contra esse coronavírus, no entanto, se todos somos David-19, podemos vencer o Golias do coronavírus", disse à AFP Alejandro Pardo, especialista do laboratório de inovação do BID.
A iniciativa será lançada na próxima semana e busca - por meio de uma campanha cidadã - fornecer informações úteis aos governos na gestão da pandemia.
A ideia de David-19 é estabelecer um registro comum descentralizado sobre o status de cada usuário, se eles estiverem na fase de quarentena, ou de indefinição. Isso permitirá a geração de mapas de situações de risco, lançando as bases tecnológicas para o desenvolvimento de um "passaporte digital de saúde".
A ideia surgiu de experiências lançadas na Ásia, especialmente um projeto de "rastreabilidade" em Singapura e uma estratégia de distanciamento social na Coreia do Sul. Ao contrário dessas ferramentas, porém, essa iniciativa solicita a participação voluntária e mantém o anonimato dos dados.
O que o aplicativo faz é compartilhar e gerenciar rigorosamente e com privacidade se uma pessoa está confinada, ou não, se possui imunidade, se é assintomática, se apresenta sintomas, ou se está doente.
Para isso, o laboratório de inovação do BID procurou parceiros tecnológicos como Everis, IOVlabs e World Data para alcançar em pouco mais de um mês uma plataforma digital com o objetivo de transformar a COVID-19 "de um inimigo invisível para um visível".
"Pode ser a primeira experiência regional do uso de um modelo de identidade soberana que deixa cada cidadão sob o controle de seus dados pessoais, permitindo que assumam a responsabilidade e colaborem ativamente no controle da pandemia", afirmou Pardo.
Pardo é economista, mas também é responsável pela LACChain, uma aliança global para o desenvolvimento na América Latina e no Caribe do ecossistema de tecnologia blockchain, uma blockchain descentralizada usada na criptomoeda bitcoin.
"Uma imagem regional em tempo real"
Para ele, as características dessa tecnologia são únicas por serem globais, abertas e, sobretudo, "sociais e solidárias", tornando o cidadão o protagonista da ação.
Pardo acredita que essa é uma maneira de ingressar na construção - sem expor dados pessoais - "de uma imagem regional em tempo real de como esse e outros possíveis vírus futuros se movem na região".
"Os dados são estritamente privados. Não há chance de que alguém possa pegar esses dados e saber quem você é", disse o funcionário do BID.
"Com esses dados, melhores decisões serão tomadas para questões tão importantes quanto para onde enviar máscaras, ou quais bairros, ou quais populações, podem começar a desconfinar", completou.
Pardo disse que a transição de trazer uma ferramenta usada nos países asiáticos para o contexto latino-americano está quase completa.
Essa tecnologia "é adaptada para trabalhar em populações vulneráveis", disse, explicando que também foi projetada para que os adultos mais velhos - que são a população de maior risco e geralmente menos qualificados na tecnologia - possam ser incluídos nos dados por seus parentes.
"Prevemos que haverá muitos casos em que os netos ajudam os avós, os filhos ajudam os pais", disse ele.
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