Trump assina ordem executiva que proibirá transações com TikTok em 45 dias
Washington, 7 Ago 2020 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (6) um decreto que proibirá em 45 dias qualquer transação com a ByteDance, proprietária chinesa da rede social TikTok.
Trump citou uma "urgência nacional" em sua medida contra o aplicativo de vídeos, acusado pelo mandatário, sem provas, de espionar os usuários americanos para Pequim, em um contexto de tensões comerciais e políticas entre Estados Unidos e o gigante asiático.
Em resposta à decisão do presidente americano, o TikTok se disse "chocado" e criticou que a situação não teve devido processo legal.
"Por quase um ano, procuramos nos envolver, de boa fé, com o governo dos EUA para fornecer uma solução construtiva para as preocupações que foram expressas. O que descobrimos foi que o governo não prestou atenção aos fatos, ditou termos de um acordo sem passar por processos legais padrão e tentou se inserir nas negociações entre empresas privadas", diz o comunicado da empresa.
O TikTok voltou a afirmar que nunca compartilhou dados de usuários do serviço com o governo chinês, nem aplicou censura de conteúdo a partir de ordens de Pequim. A empresa ainda destacou disponibilizar recursos de transparência de plataforma com "um nível de responsabilidade com o qual nenhuma empresa parceira se comprometeu".
Na segunda-feira, Trump aceitou a possibilidade de o TikTok ser comprado por um grupo americano, mas a transação terá que acontecer antes de 15 de setembro, quando a plataforma será proibida. A Microsoft está em negociações com a ByteDance para adquirir as operações da rede social nos Estados Unidos. Em seu comunicado, o TikTok disse estar disposto a vender seus negócios nos Estados Unidos a uma empresa americana.
A proibição também atinge a plataforma WeChat, que pertence ao gigante chinês Tencent.
"Como o TikTok, WeChat captura automaticamente vastas faixas de informação dos usuários, ameaçando assim dar ao Partido Comunista Chinês acesso a informações pessoais dos americanos", diz o decreto.
"Esta Ordem Executiva corre o risco de minar a confiança das empresas globais no comprometimento dos Estados Unidos com o Estado de Direito, que serviu como um ímã para investimentos e estimulou décadas de crescimento econômico americano. E estabelece um precedente perigoso para o conceito de liberdade de expressão e mercados abertos", protesta o TikTok, que recorrerá à Justiça americana para reverter a decisão.
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