China promete neutralidade em carbono até 2060
Nações Unidas, Estados Unidos, 22 Set 2020 (AFP) - O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu nesta terça-feira que seu país, o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, atingirá seu pico de emissões em 2030 e, em seguida, começará a cortá-las para atingir uma pegada de carbono zero até 2060, algo visto por ambientalistas como um grande passo.
As metas são as mais concretas já anunciadas pela China, que gera um quarto das emissões de gases de efeito estufa do planeta, responsáveis pelo aumento da temperatura.
Em seu discurso virtual na Assembleia Geral da ONU, Xi renovou seu apoio ao Acordo Climático de Paris e pediu um foco na proteção do meio ambiente quando o mundo se recuperar da pandemia de covid-19.
O Acordo de Paris "resume os passos mínimos que devem ser dados para proteger a Terra, nossa pátria compartilhada, e todos os países devem dar passos decisivos para cumprir este acordo", disse Xi.
"Nossa meta é ter emissões máximas de C02 até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2060", afirmou. "Chamamos todos os países a buscarem um desenvolvimento inovador, coordenado, verde e aberto para todos", acrescentou, sugerindo que "aproveitem as oportunidades históricas apresentadas por uma nova etapa da revolução científica e tecnológica e pela transformação industrial".
A China havia indicado no Acordo de Paris que suas emissões atingiriam o pico "por volta" de 2030, antes de começar a diminuir.
A União Europeia pressionou a China a ser mais ambiciosa,adiando a data para 2025, sob o argumento de que cinco anos podem ser cruciais em um momento em que o planeta fica para trás na luta contra as mudanças climáticas.
Joeri Rogelj, especialista em clima do Instituto Grantham do Imperial College London, disse que a promessa de Xi é "inesperada e surpreendente".
"O anúncio da China reajusta a ambição de ações relacionadas às mudança climáticas", avaliou.
Devido à má qualidade do ar e ao aumento das temperaturas, a China tem agido agressivamente para limitar a produção de carvão e substituí-la por energia renovável.
O esforço nacional contrasta com o que está acontecendo nos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump se retirou do Acordo de Paris negociado por seu antecessor Barack Obama.
Trump considera o acordo injusto para os trabalhadores da mina de carvão.
Alguns estados do país, como a Califórnia, mantêm metas climáticas ambiciosas, apesar da decisão do governo federal.
sct/lbc/mps/cc
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