Após Google e Apple, Amazon rompe com a rede conservadora Parler
A Amazon vai deixar de hospedar em seus servidores a rede social Parler, muito apreciada por extremistas de direita nos Estados Unidos e acusada de espalhar conteúdo de ódio, depois que Google e Apple retiraram o aplicativo de suas plataformas de download.
A decisão da Amazon, que suspenderá a conta da rede Parler a partir das 8h GMT (5h de Brasília) de segunda-feira (11), deve impedir temporariamente o acesso à plataforma.
Em uma carta enviada à rede social e divulgada pelo BuzzFeed, a Amazon diz ter "observado recentemente um aumento persistente de conteúdo violento".
"Levando em consideração os lamentáveis acontecimentos ocorridos esta semana em Washington, existe um risco real de que esse tipo de conteúdo incite mais violência", acrescenta a empresa americana, lembrando a invasão do Congresso por partidários do presidente Donald Trump na quarta-feira (6).
Parler se tornou um refúgio para alguns internautas indignados com a política de moderação de redes sociais como o Twitter, que encerrou definitivamente a conta de Donald Trump na sexta-feira (8).
Na rede conservadora, foram disseminadas mensagens de apoio aos que invadiram o Congresso e até algumas convocando novos protestos contra o resultado das eleições presidenciais de novembro, vencidas pelo democrata Joe Biden.
O fundador da Parler, John Matz, confirmou em seu perfil que "a rede social pode não estar disponível na internet por uma semana" após a decisão da Amazon.
"Faremos todo o possível para encontrar um novo provedor rapidamente", acrescentou.
Google e Apple já removeram Parler de suas plataformas de download.
Essas decisões, no entanto, tiveram menos consequências do que a da Amazon. Complicaram o acesso à rede no celular, mas quem já tinha o aplicativo foi capaz de continuar usando ou entrar no site da rede social.
Para justificar sua decisão, o Google mencionou na sexta-feira a presença de mensagens de "discurso de ódio".
A Apple fez o mesmo no sábado, lamentando a "proliferação" de "ameaças de violência e atividades ilegais".
No seu início em 2018, Parler era basicamente um território de extremistas, mas agora atrai mais conservadores tradicionais, incluindo congressistas republicanos.
Como outras plataformas alternativas aos gigantes Twitter e Facebook, Parler tem regras mais flexíveis em relação à desinformação e conteúdo de ódio do que as redes tradicionais.
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