Cientista defende que sinal de vida extraterrestre detectado em 2017 é real
A passagem de uma estranha bola de fogo pelo Sistema Solar em 2017 fez alguns astrônomos pensarem que poderia ser um sinal de vida extraterrestre, uma tese polêmica mas que foi defendida um cientista renomado, Avi Loeb, cujo ensaio foi publicado nesta quinta-feira (28).
"Se eu estiver certo, é a maior descoberta da história da humanidade", afirma Avi Loeb, diretor do departamento de astronomia da Universidade de Harvard.
Em seu ensaio "O primeiro sinal de vida inteligente extraterrestre", este especialista de buracos negros explica como aconteceu a detecção de Oumuamua, um objeto com forma de charuto que atravessou o Sistema Solar a toda velocidade em outubro de 2017.
Detectado pelo telescópio Pan-STARRS1 no Havaí, Oumuamua — que significa "mensageiro" em havaiano — media 400 metros de comprimento e 40 metros de largura. Sua velocidade era tão alta que só podia vir de uma estrela distante: era o primeiro objeto detectado que vinha de outro sistema estelar.
Depois de classificá-lo como asteroide, uma equipe da Agência Espacial Europeia estimou que o mais provável era que fosse um cometa.
Mas essa hipótese não satisfez Loeb, uma vez que, segundo ele, não permitiu explicar a aceleração excessiva do objeto, nem sua forma incomum, nem o fato de não ter deixado para trás qualquer ruído de gás ou poeira à medida que passava perto do Sol.
Juntamente com outro pesquisador de Harvard, ele assinou um artigo no Journal Astrophysical Journal Letters, avançando a teoria de que Oumuamua só poderia ser uma sonda alimentada por uma civilização extraterrestre.
Sua publicação foi fortemente criticada, mas para Loeb o "debate continua por falta de evidências tangíveis".
"Você só pode ver" que o fenômeno "foi e continua a ser uma anomalia."
Ao longo de 272 páginas, o físico americano-israelense expõe suas hipóteses sobre "este primeiro visitante interestelar já identificado" e "explora a questão de se estamos sozinhos no Universo", segundo o editor francês Seuil.
Ele também defende a expansão do campo de pesquisa além do estudo de uma possível vida microbiana em Marte, alvo da missão "Perseverança" da NASA, que pousará no planeta vermelho em 18 de fevereiro.
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