Clubhouse: criticado por ser elitista, aplicativo quer ampliar operações
Clubhouse, o aplicativo de chat por áudio que só pode ser acessado por convite, tornou-se muito popular durante os confinamentos pela pandemia de coronavírus, mas agora esta plataforma tão especializada tem objetivos muito mais ambiciosos.
Lançado em março de 2020 no Silicon Valley, Clubhouse busca se estabelecer como o líder do áudio digital.
O conceito é simples: quando se recebe o convite, é possível iniciar ou escutar conversas em "salas" digitais, que vão desde uma grande conversa de alguém famoso até uma pequena reunião.
Sem mensagens, fotos ou vídeos... apenas áudios.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, apareceu na plataforma na semana passada para falar da tecnologia do futuro. Elon Musk, diretor executivo da SpaceX e Tesla, também entrou no mês passado para falar do frenesi comercial da GameStop.
No entanto, o aplicativo foi rapidamente censurado na China, onde as conversas não filtradas sobre temas normalmente tabu, como os protestos pela democracia em Hong Kong e a detenção em massa de uigures muçulmanos em Xinjiang, soaram os alarmes do governo.
O aplicativo, disponível somente na Apple, é baseado no conceito de FOMO (fear of missing out). Se você não estiver conectado quando uma conversa acontece, vai perdê-la.
Muito além disso, o Clubhouse prospera graças ao fato de que os usuários podem passear com o cachorro ou preparar o jantar enquanto escutam debates sobre financiamento empresarial ou o estado da educação americana, ou inclusive sintonizar enquanto participam em jogos em grupo.
Diferente dos podcasts, tudo é ao vivo e os usuários podem participar sempre que forem convidados pelos moderadores do chat.
"Era do áudio"
No início, Clubhouse foi criticado por ser elitista e só permitir acesso a um seleto e reduzido número de usuários. Algumas das primeiras comunidades - muitas das quais se formaram em torno de investidores californianos - ainda são influentes.
Mas agora os usuários já são dois milhões por semana.
Para David Bchiri, diretor nos Estados Unidos da consultora Fabernovel, "o Clubhouse chegou justo a tempo como a plataforma onde as pessoas podem ir para desabafar seus pensamentos e emoções" sobre a pandemia e os protestos sobre a injustiça racial do verão boreal.
O aplicativo agora deve enfrentar os desafios frequentes no mundo das redes sociais: monetizar sua popularidade, pagar os criadores de conteúdos e moderar a informação.
"Agora queremos abrir o Clubhouse para todo mundo", disseram os fundadores do aplicativo, Paul Davison e Rohan Seth, no final de janeiro.
Com o apoio de mais de 180 investidores após uma nova rodada de arrecadação de fundos, o Clubhouse está avaliado em cerca de US$ 1 bilhão, segundo o The Information, uma publicação para executivos do setor tecnológico.
O aplicativo também está chamando a atenção das grandes empresas tecnológicas.
O Twitter está testando o "Spaces", salas de chat de áudio em que até 10 pessoas podem conversar com um número ilimitado de espectadores. E há boatos de que o Facebook está estudando uma oferta parecida.
"Estamos na era do áudio", afirma Bchiri.
"Nossos netos nunca terão teclados. Não precisarão interagir com as máquinas dessa maneira. Tudo será feito com comandos de voz ou simplesmente pensando em uma tarefa", explicou.
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