Foguete russo Soyuz leva três astronautas à ISS, que agora tem 10 pessoas
A cápsula Soyuz MS-18, transportando dois cosmonautas russos e um astronauta norte-americano, acoplou nesta sexta-feira (9) na Estação Espacial Internacional (ISS) durante uma missão em homenagem aos 60 anos do envio do primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin.
"Contato! O voo tripulado Soyuz MS-18 acoplou com sucesso na parte russa da ISS, depois de ter circulado a Terra duas vezes", anunciou a agência espacial russa Roscosmos no Twitter.
De acordo com imagens transmitidas ao vivo pela Nasa e Roscosmos, a cápsula atingiu a ISS às 11h05 GMT (8h05 de Brasília), dois minutos antes do horário programado.
O lançamento do foguete Soyuz aconteceu às 7h42 GMT (4h42 de Brasília), da base russa de Baikonur (Cazaquistão).
Para a ocasião, o lançador estava decorado com o perfil de Gagarin, cujo voo lendário aconteceu em 12 de abril de 1961.
"Todos os parâmetros estão dentro do normal", destacou o centro de controle.
Nove minutos depois da decolagem, o Soyuz, batizado para a ocasião com o nome Gagarin, se separou sem problemas a uma altitude de 200 km.
Oleg Novitski e Piotr Dubrov, da agência russa Roscosmos, e Mark Vande Hei, da Nasa, permanecerão seis meses na ISS. A cápsula deve se acoplar à estação às 11h07 GMT (8h07 de Brasília).
A bordo da estação eles serão recebidos por sete companheiros. Dois russos, Serguei Rýzhikov e Serguei Kud-Sverchkov, e a americana Kate Rubins devem retornar à Terra em 17 de abril.
"Preparem a mesa para 10", tuitou o astronauta Mark Vande Hei aos futuros colegas pouco antes da decolagem.
Durante a tradicional entrevista coletiva antes da viagem, os três afirmaram que celebrarão, em 12 de abril, as conquistas do ilustre antecessor.
"Vamos celebrar juntos", disse Piotr Dubrov, de 43 anos, que está em sua primeira missão espacial. "E vamos trabalhar duro", completou.
Todos os anos a Rússia comemora o aniversário do voo de Gagarin com grande devoção e enorme orgulho. Flores são colocadas nos vários monumentos em sua memória no país.
Nesta sexta-feira, os dois russos e o americano decolaram de Baikonur, como Gagarin, mas de uma plataforma de lançamento diferente. A utilizada pelo pioneiro está em reformas, pelo menos até 2023, para poder receber uma nova geração de foguetes Soyuz.
A missão de Gagarin, que durou 108 minutos, foi uma grande vitória para a União Soviética na disputa pelo espaço em que enfrentava os Estados Unidos.
Em seu retorno, o cosmonauta foi utilizado pela propaganda soviética até sua morte trágica, em um acidente de avião em circunstâncias obscuras, em 1968.
Tempos duros
As celebrações da missão de Gagarin, no entanto, não escondem as dificuldades do setor espacial russo.
Embora tenha grande experiência e material confiável, como o lendário Soyuz, que data da época soviética, a Rússia tem dificuldades para inovar e registrou vários problemas técnicos em missões recentes, assim como problemas de financiamento e corrupção.
A Rússia concentra suas ambições em novos sistemas de armamento.
No ano passado, o país perdeu o monopólio das viagens para a ISS e agora compete com a SpaceX, a empresa de Elon Musk. Uma nova realidade que pode reduzir a receita da Roscosmos, que até agora faturava milhões de dólares da NASA por cada missão à ISS.
A próxima missão da SpaceX com destino à ISS decolará em 22 de abril da Flórida.
O diretor da agência da russa destaca os grandes projetos da Roscomos, que vão da construção de uma estação lunar com a China até a construção de um novo ônibus espacial ultramoderno. Mas faltam recursos.
Ano após ano, o orçamento da Roscomos é reduzido em favor de projetos militares, prioritários para o Kremlin.
A tensão entre Rússia e Estados Unidos também enfraqueceu a cooperação, um dos poucos setores de colaboração preservados entre os dois rivais geopolíticos.
O projeto ISS, lançado no ano 2000, tem previsão de conclusão antes de 2030. No momento não há indicação de outro grande projeto para manter uma cooperação internacional equivalente.
As tripulações são os melhores promotores da necessidade de ajuda para progredir.
"Competíamos no início dos voos tripulados e é uma das razões que explicam nosso sucesso", disse o astronauta Mark Vande Hei na quinta-feira.
"O tempo passou e compreendemos que poderíamos fazer mais coisas juntos. Espero que continue", completou.
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