'Me senti muito pesado': astronautas descrevem retorno à Terra na SpaceX
Um pouso "suave" e uma "experiência única", um pouco diferente das aterrissagens a bordo das naves russas Soyuz: os astronautas que retornaram da Estação Espacial Internacional (ISS) em uma cápsula da empresa SpaceX descreveram nesta quinta-feira (6) como foi a volta à Terra após mais de 160 dias no espaço.
"Em certo momento, eu dizia para mim mesmo: 'Respira, inspira'. Porque me sentia muito pesado", contou o americano Victor Glover, um dos quatro astronautas da tripulação, batizada de Crew-1. "Mais ou menos como aqueles personagens de desenhos animados quando enfrentam a força-G", descreveu o integrante da primeira missão regular a ser enviada e trazida de volta da ISS pela empresa do multimilionário Elon Musk.
Os astronautas viajaram na cápsula Crew Dragon, que tocou o mar do estado americano da Flórida na madrugada do último domingo. "Esperava algo tão dinâmico e desafiador, que, quando finalmente aconteceu, foi um pouco menos do que eu imaginava", disse Glover em entrevista coletiva. O peso da aceleração se concentrou "no peito, o que dificultava a respiração. Mas o lançamento e a chegada são experiências únicas."
"O impacto foi mínimo, e logo após o pouso sentimos as ondas. Foi uma sensação ótima", descreveu o japonês Soichi Noguchi. A americana Shannon Walker, por sua vez, explicou que "pousar na água era interessante, porque nenhum de nós sabia o que esperar. Para mim, foi um pouco mais suave do que pousar em terra firme."
A Nasa assinou contratos com a SpaceX para voltar a enviar astronautas ao espaço a partir do território americano, algo que não era possível desde 2011, após o fim do programa de ônibus espaciais. Os astronautas eram obrigados a viajar nas naves russas Soyuz, que pousam em terra firme.
Em um futuro próximo, civis poderão embarcar na Crew Dragon para missões de turismo espacial. Os astronautas foram questionados se cidadãos comuns conseguiriam suportar a entrada na atmosfera nesse veículo. "Acredito que poderão lidar com isso tão bem quanto nós", avaliou o americano Mike Hopkins.
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