JBS pagou US$ 11 milhões a hackers que invadiram os sistemas da empresa
A gigante mundial do setor de carnes JBS, vítima de um ataque cibernético no fim de maio, fez um pagamento de 11 milhões de dólares (cerca de R$ 55,5 milhões) em bitcoins aos hackers, informou nesta quarta-feira (9) o diretor executivo da divisão americana do grupo ao "Wall Street Journal".
"Foi uma decisão muito difícil para nossa empresa e para mim pessoalmente", declarou André Nogueira em comunicado. "Contudo, pensamos que esta decisão devia ser tomada para evitar qualquer risco para nossos clientes".
"No momento do pagamento, a grande maioria das instalações da empresa estavam operantes", comunicou a JBS, um das maiores empresas do setor de alimentação do mundo.
Isso foi feito para "garantir que nenhum dado vazasse" e "para evitar problemas imprevistos relacionados ao ataque", segundo o grupo.
A imprensa norte-americana informou que o pagamento do resgate foi feito em bitcoin.
A JBS havia indicado às autoridades norte-americanas que estava sendo alvo de um ciberataque com ransomware proveniente de uma "organização criminosa provavelmente sediada na Rússia", segundo a Casa Branca.
Os servidores em que se baseiam seus sistemas de informática na América do Norte e na Austrália foram atacados, paralisando as atividades do grupo em território australiano e suspendendo algumas linhas de produção nos Estados Unidos.
Recentemente, várias empresas foram vítimas de ataques cibernéticos em grande escala.
O grupo Colonial Pipeline, alvo de um ciberataque no início de maio, admitiu ter pago aos hackers 4,4 milhões de dólares.
Na segunda-feira, as autoridades norte-americanas anunciaram que recuperaram parte dessa quantia.
De acordo com a empresa de segurança Emsisoft, os hackers coletaram resgates de pelo menos 18 bilhões de dólares no ano passado.
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