Módulo científico Nauka se acopla com sucesso à Estação Espacial Internacional
O módulo científico russo Nauka se acoplou nesta quinta-feira (29) à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), após oito dias de viagem, informou a agência espacial Roscosmos.
Horas depois da operação de acoplamento, houve um problema com o motor dos propulsores, ativado de forma inesperada, o que alterou a orientação da ISS.
"Os propulsores começaram a funcionar (...) de forma inesperada e deslocaram a estação em 45º. As operações de correção permitiram recolocá-la em sua posição e a tripulação não corre perigo", explicou a Nasa no Twitter.
Durante coletiva de imprensa, a encarregada de voos da Nasa, Kathy Lueders, qualificou o incidente de "hora realmente emocionante", ao mesmo tempo em que agradeceu à tripulação por ter superado o contratempo.
A agência espacial americana também destacou que a cápsula espacial Dragon, do programa SpaceX, lançada pelo milionário Elon Musk, atracada na ISS, estava pronta para evacuar a tripulação se necessário.
Este incidente fez com que o lançamento de testes do veículo espacial Boeing Starliner, sem tripulantes, rumo à estação espacial, fosse adiado até 3 de agosto enquanto durar a investigação em curso.
O módulo Nauka ("ciência" em russo) foi lançado em 21 de julho a bordo de um foguete Proton-M do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
Após oito dias de viagem espacial, necessários para se posicionar na na mesma órbita da ISS, o módulo científico foi acoplado às 16h29 no horário de Moscou (10h29 no horário de Brasília), ao módulo de serviço russo Zvezda.
"Contato confirmado!", tuitou o diretor da Roscosmos, Dmitri Rogozine, ao anunciar o acoplamento do módulo.
"Segundo os dados de telemetria e os relatórios da tripulação da ISS, os sistemas a bordo da estação e o módulo Naukas funcionam normalmente", afirmou a agência espacial em um comunicado.
A operação deveria ser feita automaticamente, mas o cosmonauta Oleg Novitski, a bordo da ISS, assumiu o controle manual do módulo para guiá-lo nos últimos metros.
"Novo módulo, novas perspectivas para a astronáutica russa", enfatizou o tripulante russo Ivan Vagner no Twitter.
Um dos maiores da ISS
Agora são necessários vários meses de trabalho e várias caminhadas espaciais para que o Nauka esteja totalmente operacional e integrado à ISS.
Depois que seu lançamento foi adiado por quase uma década, a viagem do módulo foi acompanhada de perto pela Agência Espacial Europeia (ESA), pois Nauka transportou o braço robótico ERA, que será instalado no exterior.
Nauka é um módulo de laboratório, mas também fornecerá "espaço adicional para estações de trabalho e armazenamento de carga, e espaço para equipamentos de regeneração de oxigênio e água", disse a Roscosmos.
Ele substitui, após 20 anos de serviço, o módulo Pirs, que foi desacoplado da ISS na segunda-feira para ser consumido na atmosfera da Terra durante uma entrada controlada no sul do Oceano Pacífico.
Com um peso total de 20 toneladas e um volume interno de 70 m3, é um dos maiores módulos da ISS.
O braço mecânico da ESA, que estava praticamente pronto desde 2007, poderá "se deslocar" ao longo do segmento russo da ISS, e pode levar até oito toneladas de material, ajudando os cosmonautas em suas saídas espaciais.
"Estávamos preocupados"
"Não vamos mentir, as coisas não correram como o esperado, mas não foram ruins", reconheceu Dimitri Rogozine, citado por agências russas.
Após um lançamento e posicionamento em órbita bem-sucedidos, Nauka experimentou vários problemas técnicos no espaço, forçando a ISS a fazer várias manobras e alimentando temores de que poderia não atracar.
"Ficamos preocupados durante os primeiros três dias. Houve uma perda de telemetria", explicou o diretor da Roscosmos, que indicou que "uma comissão estatal analisará todas essas observações".
"Parabéns a todos os envolvidos", disse o Diretor Geral da ESA, Josef Aschbacher, no Twitter.
A Nasa e a empresa Boeing Space também parabenizaram a agência espacial russa, em uma demonstração da cooperação que prevalece no campo espacial.
Assim como aconteceu com outros projetos russos no espaço, o módulo enfrentou problemas de financiamento, erros burocráticos e problemas técnicos durante seu projeto e desenvolvimento.
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