Líderes mundiais vão discutir mudanças climáticas na ONU
Nações Unidas, Estados Unidos, 15 Set 2021 (AFP) - O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, receberão líderes mundiais na próxima segunda-feira (20) para fortalecer os compromissos contra a mudança climática.
A reunião, convocada paralelamente à Assembleia Geral da ONU, será realizada menos de seis semanas antes da conferência mundial COP26 em Glasgow, que visa garantir que o mundo cumpra sua meta de manter o aquecimento em 1,5 grau centígrado ao final do século.
Um alto funcionário da ONU afirmou que reuniões de líderes sobre mudanças climáticas foram realizadas tanto no G7 quanto no G20 nos últimos dois anos, mas não houve nenhum fórum onde as principais economias pudessem falar com os países mais prejudicados.
O funcionário disse que a reunião de segunda-feira será a portas fechadas, não para deliberar "nas sombras", mas para facilitar o diálogo franco "em vez de declarações preparadas ou reversão de posições já tomadas".
A reunião incluirá líderes do G20, assim como de países em desenvolvimento e pequenas nações insulares e será um modelo híbrido virtual e presencial.
No momento não se sabe quem e quantos participarão. Também não se sabe se haverá os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, cujos países são os maiores poluidores do mundo.
- Prioridades -Guterres marcou três prioridades climáticas. Em primeiro lugar, a ONU vai pedir aos países que fortaleçam seus compromissos para alcançar zero emissões poluentes até 2050, segundo o acordo de Paris.
Em segundo lugar, deseja que os países desenvolvidos cumpram sua promessa de criar um fundo climático de US$ 100 bilhões.
E, por fim, busca um "avanço significativo" no financiamento de projetos de adaptação para os países mais afetados e, assim, protegê-los de eventos como secas, enchentes e aumento do nível do mar. A ONU quer que a adaptação absorva 50% do financiamento climático.
Um relatório das organizações World Resources Institute e Climate Analytic, divulgado na terça-feira, mostrou que o mundo está a caminho de aumentar a temperatura em 2,1 graus Celsius até o final do século sob os compromissos de redução atuais.
Mas se os países do G20, que respondem por 75% das emissões de gases de efeito estufa, estabelecerem metas ambiciosas, até o final do século o aumento da temperatura global será limitado a 1,7 grau, diz o relatório.
No mês passado, um painel intergovernamental de climatologistas da ONU disse que a temperatura média global será 1,5 grau Celsius mais alta do que na era pré-industrial em 2030, uma década antes da projeção feita há três anos.
Com apenas 1,1 grau de aquecimento até agora, uma cascata de desastres climáticos mortais, amplificados pela mudança climática, assustou o mundo nos últimos meses, de ondas de calor que derreteram o asfalto no Canadá a tempestades que transformaram as ruas de cidades chinesas em rios.
Este mês, um dilúvio sem precedentes provocado pelo furacão Ida atingiu Nova York e Nova Jersey, matando quase 50 pessoas.
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