Topo

Kerry defende abertura do mercado de eletricidade diante de polêmica reforma no México

09/02/2022 21h19

México, 10 Fev 2022 (AFP) - O enviado dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, defendeu nesta quarta-feira (9) no México a abertura do mercado de eletricidade, aludindo a uma reforma do governo mexicano que pretende ampliar o controle estatal no setor.

"O que queremos fazer é trabalhar com o México de uma forma que fortaleça (...) a capacidade do mercado de ser aberto e competitivo", disse Kerry declaração à imprensa junto com o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard.

O presidente esquerdista, Andrés Manuel López Obrador, promove no Congresso um projeto que reserva pelo menos 54% da produção de eletricidade para a estatal CFE, contra os atuais 38% e 62% detidos pelo setor privado.

Os Estados Unidos e o Canadá manifestaram preocupação com o impacto que essas mudanças podem ter nos investimentos de ambos os países no âmbito do acordo comercial TMEC, enquanto as ONGs asseguram que a proposta iria contra a geração de energia limpa.

"Respeitamos plenamente a soberania do México. Sei que o presidente embarcou em algumas reformas que são importantes para ele e para o país", acrescentou Kerry, que também se reunirá com López Obrador na quarta-feira.

Após o encontro, o presidente mexicano publicou um tuíte em que se limitou a dizer que "como sempre falamos com fraqueza e respeito", sem dar detalhes sobre os temas abordados.

"Temos grande apreço pelo respeito que vocês têm pela soberania do México e pelo diálogo estreito que estabelecemos e que temos certeza que continuará crescendo", disse Ebrard.

Kerry acrescentou que Washington "está preparado para ser tão útil" quanto possível para lidar com a crise climática e impulsionar as energias renováveis.

"Não porque isso nos beneficia, mas porque estamos todos juntos nisso. Nenhum país pode resolver a crise climática sozinho. Todos temos que trabalhar juntos", acrescentou.

Ebrard, por sua vez, afirmou que "o México se unirá a esses esforços, pois já foram aprovados" por López Obrador, Biden e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que se reuniram em Washington em novembro passado.

dr-axm/sem/gm/ap/am