Rússia restringe apps do Grupo Meta por não pararem com checagem de fatos
A empresa matriz do Facebook, Meta, informou nesta sexta-feira (25) que a Rússia aplicou restrições a esta e outras redes sociais da empresa depois que a plataforma se negou a parar de checar informação.
"Os russos estão usando nossos aplicativos para se expressar e organizar atos", disse o vice-presidente da Meta, Nick Clegg, em um comunicado.
"Queremos continuar fazendo com que suas vozes sejam ouvidas".
A reguladora de comunicações da Rússia anunciou nesta sexta-feira que estava "limitando o acesso" ao Facebook, que acusa de censurar e impor restrições a quatro meios de comunicação russos, coincidindo com a invasão da Ucrânia pelos militares russos.
Nick Clegg, vice-presidente da Meta, disse que a plataforma "verifica" as informações publicadas por esses meios.
O Facebook garante que um verificador externo — autorizado pela plataforma, mas independente — encontrou informações duvidosas em notícias e vídeos.
"Ontem, autoridades russas nos mandaram parar de verificar e alertar sobre o conteúdo publicado por quatro meios de comunicação controlados pelo Estado russo", escreveu Clegg.
"Nós recusamos. Como consequência, elas anunciaram que iriam restringir o acesso aos nossos serviços."
A invasão da Ucrânia deu origem a uma explosão de fake news na internet, principalmente nas redes sociais, fenômeno que se tornou recorrente sempre que há uma guerra.
Nick Clegg, vice-presidente da Meta, disse que a plataforma "verifica" as informações publicadas por esses meios.
Mais cedo, o órgão de controle de comunicações da Rússia, Roskomnadzor, informou que estava "limitando o acesso" ao Facebook, acusando a rede social americana de censurar a mídia russa e violar os direitos humanos dos cidadãos russos.
"De acordo com a decisão do procurador-geral sobre a rede social Facebook, a partir de 25 de fevereiro, o Roskomnadzor adota medidas para limitar seu acesso", disse a agência, sem especificar a natureza das limitações.
O órgão de controle russo reprova o fato de a rede social americana ter restringido as contas oficiais em sua plataforma da emissora russa Zvezda, vinculada ao Ministério da Defesa, da agência pública de notícias RIA Novosti e dos veículos russos online Lenta.ru e Gazeta.ru.
"O Roskomnadzor pediu à administração da Meta que levante as restrições impostas pelo Facebook aos meios de comunicação russos e que explique a razão de sua imposição. No entanto, a solicitação foi ignorada pelos proprietários da rede social", continuou.
O órgão russo também garantiu ter observado 23 "casos de censura" contra os meios e recursos de internet russos por parte do Facebook desde outubro de 2020.
"O Ministério Público, em consulta com o Ministério de Relações Exteriores, decidiu reconhecer o Facebook como uma rede social envolvida na violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, assim como dos direitos e liberdades dos cidadãos russos".
Esta decisão acontece no momento em que a Rússia invade militarmente a Ucrânia e provoca uma grave crise geopolítica mundial.
Também faz parte de uma série de medidas adotadas pelas autoridades russas nos últimos anos contra as grandes redes sociais, em muitos casos com o pretexto de proteger os menores de idade e combater o extremismo. Diversas plataformas — como Facebook, YouTube, TikTok e Twitter — receberam várias multas no país.
Além do Facebook, as autoridades russas determinaram restrições ao funcionamento do Twitter.
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