Nível de CO2 no ar é 50% maior do que da era pré-industrial, diz agência dos EUA
Washington, 3 Jun 2022 (AFP) - A concentração de CO2 na atmosfera atingiu em maio um nível 50% superior ao da era pré-industrial, e que não era visto na Terra há cerca de 4 milhões de anos, alertou uma agência norte-americana nesta sexta-feira (3).
O aquecimento global causado pelo homem; mais especificamente pela produção de eletricidade com energias fósseis, transportes, produção de cimento ou desmatamento; é responsável por esse fenômeno, destacou o Escritório Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
O mês de maio é geralmente aquele com as maiores taxas de dióxido de carbono a cada ano.
Em maio de 2022, foi ultrapassado o limite de 420 partes por milhão (ppm), unidade de medida utilizada para quantificar a poluição do ar. Em maio de 2021 essa taxa era de 419 ppm e 417 ppm em 2020.
Essas medições são estabelecidas pelo observatório Mauna Loa, no Havaí, idealmente localizado na altura de um vulcão, o que lhe permite não ser influenciado pela poluição local.
Antes da revolução industrial, o nível de CO2 constantemente pairava em torno de 280 ppm durante os cerca de 6.000 anos de civilização humana que a precederam, de acordo com o NOAA.
O nível alcançado hoje "é comparável" ao que era "entre 4,1 e 4,5 milhões de anos atrás, quando os níveis de CO2 estavam próximos ou (eram) acima de 400 ppm", completou a agência em comunicado.
O nível do mar na época era de 5 a 25 metros mais alto, o suficiente para que muitas das grandes cidades de hoje ficassem submersas. E vastas florestas ocupavam regiões do Ártico, segundo estudos.
O CO2 é um gás de efeito estufa que retém o calor, fazendo com que o planeta aqueça lentamente. Persiste na atmosfera e no oceano por milhares de anos.
Este aquecimento já está tendo consequências dramáticas, lembrou o NOAA, incluindo a multiplicação de ondas de calor, secas, incêndios ou inundações.
"O dióxido de carbono está em níveis que nossa espécie nunca conheceu no passado, e não é algo novo", disse Pieter Tans, cientista do NOAA, segundo o comunicado. "Sabemos disso há meio século e não fizemos nada significativo (sobre isso). O que é preciso para acordarmos?"
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