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'Não precisamos da Amazônia para expandir agronegócio', diz Bolsonaro na Cúpula das Américas

10/06/2022 16h43

Los Angeles, 10 Jun 2022 (AFP) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (10) que o Brasil é capaz de expandir seu agronegócio sem causar danos à Amazônia, e elogiou o encontro, na véspera, com o colega americano, Joe Biden.

"Nós não precisamos da Amazônia para expandir o agronegócio", disse Bolsonaro, que costuma se expressar favoravelmente à exploração econômica da região amazônica, que se estende por oito países da América Latina, embora a maior parte esteja em território brasileiro.

Bolsonaro dedicou boa parte dos 15 minutos de seu discurso à questão ambiental, um tema que os Estados Unidos, anfitriões do evento, incluíram na agenda do encontro hemisférico, celebrado esta semana em Los Angeles.

O presidente brasileiro comentou, ainda, o caso do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, desaparecidos desde o domingo no Vale do Javari, uma região remota da Amazônia brasileira, deixando apreensivos grupos da sociedade civil, ambientalistas e líderes políticos do Brasil.

"Desde o primeiro momento, nossas Forças Armadas e a Polícia Federal estão em uma busca incansável. Pedimos a Deus para que sejam encontrados com vida", afirmou Bolsonaro em seu discurso.

As declarações de Bolsonaro sobre o caso acontecem após o Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas qualificar como "extremamente lenta" a resposta de Brasília diante do desaparecimento de Phillips e Pereira.

A entidade expressou preocupação com o desaparecimento de ambos, mas também com os ataques a ativistas, jornalistas e ambientalistas no Brasil.

Na véspera, ao ser questionado por jornalistas em Los Angeles, Bolsonaro chegou a responsabilizar indiretamente Phillips e Pereira por seu desaparecimento: "Foram par uma aventura. A gente lamenta pelo pior. Naquela região, geralmente você anda escoltado".

Por outro lado, o presidente brasileiro qualificou como "fantástica" sua primeira reunião com o colega americano, o democrata Joe Biden, realizada na quinta-feira paralelamente à cúpula.

"Estou realmente maravilhado", disse Bolsonaro, um fervoroso aliado do ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021), que em várias ocasiões questionou o resultado das eleições de 2020, que levaram o adversário do republicano, Joe Biden, à Casa Branca.

"Ficamos sentados a menos de um metro de distância, olho no olho por 30 minutos sem máscara", descreveu o presidente ao fim de seu discurso.

"Senti do presidente Biden muita sinceridade e muita vontade de resolver certos problemas que fogem às responsabilidade de cada um de nós", concluiu Bolsonaro, sem revelar as detalhes dos assuntos abordados no encontro.

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