Gaia apresentará mapa sem igual da Via Láctea na próxima segunda-feira
A missão Gaia, cujo observatório espacial desenvolveu um detalhado mapa tridimensional da Via Láctea, apresenta nesta segunda-feira (11) uma nova versão com informações sobre a localização, trajetórias e características de cerca de 2 bilhões de objetos.
A comunidade de astrônomos poderá mergulhar, a partir das 7h00 (horário de Brasília) de segunda-feira, no terceiro catálogo de dados coletados pelo instrumento, além de 50 artigos científicos sobre uma série de objetos celestes.
As informações vão desde mais de 150.000 asteroides do Sistema Solar, "cujas órbitas foram calculadas com uma precisão incomparável", passando por dados de 1,5 bilhão de estrelas na Via Láctea, até aqueles relativos a outras galáxias e quasares, disse à AFP François Mignard, um dos coordenadores do projeto da Agência Espacial Europeia (ESA).
O observatório Gaia, em operação desde 2013, está localizado no ponto Lagrange 2 (L2), onde, devido às influências gravitacionais dos diferentes corpos, permanece em equilíbrio orbital a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
"Gaia escaneia o céu e coleta tudo o que vê" resume o astrônomo Misha Haywood, do Observatório de Paris-PSL. Detecta e observa uma parte muito pequena (apenas 1%) das estrelas da Via Láctea, cujo diâmetro é estimado em 100.000 anos-luz.
Mas Gaia não se limita a estabelecer um simples mapa. Seus dois telescópios estão associados a um sensor fotográfico de um bilhão de pixels, enquanto o de um aparelho fotográfico comercial tem apenas alguns milhões. Três instrumentos de astrometria, fotometria e espectrometria vão interpretar os fótons recuperados.
"Isso permite, pela primeira vez, uma observação global das posições do que está se movendo no céu", explica Haywood. Antes de Gaia, "tínhamos uma visão muito restrita da galáxia".
Com Gaia, os astrônomos não só têm acesso às posições e movimentos de um grande número de estrelas, mas também à medida de suas características físicas e, sobretudo, sua idade.
Tanta informação nos "ilumina sobre sua evolução passada e, portanto, sobre a evolução da galáxia", explica a astrônoma Paola di Matteo, também do Observatório de Paris-PSL.
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