Topo

Kerry promete que os EUA cumprirão metas climáticas apesar do revés na Suprema Corte

01/07/2022 21h39

Washington, 2 Jul 2022 (AFP) - O enviado americano para o clima, John Kerry, prometeu nesta sexta-feira (1º) que os Estados Unidos vão cumprir as metas apresentadas à ONU de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, apesar de uma sentença da Suprema Corte, que limitou os poderes do governo federal.

"Estamos determinados a alcançar nossos objetivos. Podemos alcançar nossos objetivos", disse Kerry à AFP.

"Mas obviamente ajudaria se tivéssemos uma maioria da Suprema Corte nos Estados Unidos que de fato entendesse a gravidade da situação e estivesse mais disposta a tentar ser útil ao invés de apresentar um obstáculo de um ou outro tipo", acrescentou.

O presidente Joe Biden, após derrotar o cético das mudanças climáticas Donald Trump, disse em abril do ano passado que os Estados Unidos reduziriam as emissões de gases de efeito estufa entre 50% e 52% até 2030 em relação aos níveis de 2005, aumentando dramaticamente as ambições climáticas da maior economia do mundo.

Biden apresentou a contribuição ao organismo climático da ONU em linha com o histórico Acordo de Paris de 2015, negociado por Kerry quando era secretário de Estado.

A China, maior emissor de carbono do mundo, pediu nesta sexta-feira que todas as nações que cumpram com os compromissos de Paris. O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Zhao Lijian, disse sobre os Estados Unidos que "não basta cantar lemas".

Kerry, que trabalhou com funcionários chineses apesar das tensões crescentes entre Pequim e Washington, disse que "não estava surpreso com a mensagem".

"Vamos mostrar à China precisamente como vamos fazer o trabalho", informou.

A conservadora Suprema Corte cerceou na quinta-feira uma forma importante na qual o governo poderia ter abordado as mudanças climáticas sem uma nova legislação.

Em uma sentença de 6-3 tachada de "devastadora" por Biden, a máxima corte decidiu que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) não tinha autoridade para ordenar cortes radicais nas emissões das usinas elétricas a carvão.

"Estou convencido - e nosso pessoal jurídico o está estudando muito detalhadamente - de que esta decisão deixa muita margem para que possamos fazer muitas coisas que precisamos fazer", disse Kerry.

O carvão representa cerca de 20% da geração de eletricidade nos Estados Unidos, que seguem à par com as energias renováveis.

A China, apesar de investir fortemente em energia eólica e solar, também continuou construindo capacidade de produção de carvão.

sct/st/atm/rsr/mvv