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Fóssil humano que seria o mais antigo da Europa é descoberto na Espanha

08/07/2022 20h09

Madri, 8 Jul 2022 (AFP) - Paleontólogos espanhóis anunciaram, nesta sexta-feira (8), a descoberta de um fóssil de hominídeo, cuja idade é estimada em 1,4 milhão de anos, o que o tornaria, se a datação for confirmada, o ser humano mais antigo identificado na Europa.

A descoberta foi realizada em 30 de junho no sítio arqueológico Sima del Elefante, na Serra de Atapuerca (nordeste da Espanha). De acordo com a fundação que administra este local, os paleontólogos trabalham ali desde 1978.

Com cerca de dez centímetros de comprimento, este fóssil corresponde a "um fragmento do rosto de um ser humano, cuja idade está estimada em em torno de 1,4 milhão de anos", explicou a fundação em um comunicado de imprensa.

Foi neste sítio de Atapuerca que se descobriu, em 2007, um maxilar com pelo menos 1,2 milhão de anos, considerado até agora o fóssil de hominídeo mais antigo da Europa.

"Naturalmente, teremos que fazer essas datações" para completar esta primeira estimativa, ressaltou o codiretor do projeto Atapuerca José Maria Bermudez de Castro, em coletiva de imprensa.

O pesquisador insistiu, porém, em que "é lógico e razoável pensar que (este fragmento de rosto) é mais antigo", uma vez que foi descoberto em uma camada de terra localizada "dois metros abaixo da camada onde surgiu a mandíbula" de 2007.

A datação será feita no Centro Nacional de Pesquisas da Evolução Humana (Cenieh), em Burgos, a 10 quilômetros de Atapuerca, e deverá durar entre seis e oito meses, segundo Bermudez de Castro.

A análise do Cenieh, segundo a Fundação, poderá permitir, ainda, a identificação da espécie humana, a que pertence este fragmento, e compreender melhor a forma como os seres humanos evoluíram e se desenvolveram no continente europeu.

Até agora, os paleontólogos não conseguiram determinar com certeza a que espécie pertenceu o maxilar descoberto em 2007. O fóssil poderia corresponder à espécie chamada Homo antecessor, descoberta na década de 1990.

"É muito provável que o novo fóssil da Sima del Elefante esteja ligado a este maxilar e que pertença a uma das primeiras populações que colonizaram a Europa", ressaltou a Fundação Atapuerca em um comunicado de imprensa.

"Se for esse o caso, finalmente, poderemos determinar a identidade da espécie humana da Sima del Elefante", acrescentou.

Excepcionalmente ricas, as jazidas da Serra de Atapuerca estão classificadas desde 2000 como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Milhares de fósseis humanos e ferramentas foram desenterrados neste sítio, incluindo uma pedra lascada de 1,4 milhão de anos, descoberta em 2013.

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