O que a missão Artemis 1 vai fazer em 42 dias entre a Lua e a Terra?
O lançamento da missão Artemis 1, da Nasa, está previsto para esta segunda-feira (29), às 9h30 (horário de Brasília). Durante 42 dias, a viagem não tripulada irá além da Lua e retornará à Terra.
Seguem alguns dados e objetivos da jornada, que é o primeiro passo para levar o ser humano de volta à Lua — o que aconteceu pela última vez em 1972, no programa Apollo.
Lançamento
O gigantesco foguete Sistema de Lançamento Espacial (SLS) decolará do Centro Espacial Kennedy na Flórida. Seus quatro motores RS-25, com dois aceleradores de cado lado vão gerar um impulso 15% maior que o Saturno V do programa Apollo.
Dois minutos depois de seu lançamento, os aceleradores cairão no Atlântico. Após oito minutos, o núcleo principal do foguete se desprenderá e a cápsula Orion seguirá sua viagem. Após completar a órbita da Terra, seguirá para a Lua.
Trajetória
A cápsula Orion, impulsionada pelo módulo de serviço ESM, desenvolvido pela Agência Espacial Europeia, foi criada para levar astronautas a bordo em um futuro próximo.
Chegar à Lua levará vários dias e sua maior aproximação será a cerca de 100 km.
A cápsula acionará seus motores para chegar a uma "órbita retrógrada distante" de 64.000 km além da Lua; uma distância recorde para uma nave capaz de conduzir pessoas.
"Distante" se refere à elevada altitude e "retrógrada" ao fato de que Orion girará em torno da Lua em sentido oposto ao que a Lua orbita a Terra.
Após se aproximar da Lua, Orion começará seu retorno.
Viagem para casa
O objetivo principal da missão é testar o escudo de calor da cápsula. Com cinco metros de diâmetro, é o maior já construído. Ao entrar na atmosfera, deverá suportar uma velocidade de 40.000 km/h e temperaturas de 2.760 graus Celsius.
Com o auxílio de vários paraquedas, ela deve cair suavemente no Pacífico, em frente à costa de San Diego. Mergulhadores vão amarrar cabos na cápsula e rebocá-la para uma embarcação da Marinha americana.
A tripulação
A cápsula levará um "astronauta": um boneco chamado Campos, em memória ao engenheiro que evitou uma tragédia na missão Apollo 13 em 1968.
Campos contará com sensores para registrar acelerações e vibrações e estará acompanhado por outros bonecos, Helga e Zojar, feitos com materiais que imitam ossos e órgãos.
Um vestirá um colete de radiação para testar o impacto da radioatividade no espaço.
O que será visto?
Muitas câmeras tornarão possível observar a viagem de vários ângulos, incluindo de um passageiro da cápsula.
Câmeras nos paneis solares registrarão selfies da nave com a Terra e com a Lua no fundo.
Alexa
A vida imitará a arte com um dispositivo tecnológico denominado Calisto, inspirado no computador falante de Starship Enterprise.
Trata-se de uma versão melhorada da assistente de voz Alexa que será acionada para ajustar a luz da cápsula ou ler dados de voo. A ideia é facilitar a vida dos futuros astronautas.
CubeSats
A viagem vai aproveitar para lançar uma dezena de CubeSats, pequenos satélites do tamanho de uma caixa de sapatos, em órbita. Eles realizarão tarefas como estudar asteroides, examinar o efeito da radiação em organismos vivos e procurar água na Lua.
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