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Órgão regulador dos EUA questiona Twitter sobre contas falsas

Claudio Schwarz/Unsplash
Imagem: Claudio Schwarz/Unsplash

25/08/2022 14h49

O Twitter enfrenta a agência reguladora do mercado de ações dos Estados Unidos, que quer saber como a plataforma calcula o número de contas falsas ou de mensagens de spam, um tema que está no centro da disputa judicial entre a rede social e Elon Musk.

Em carta enviada pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) em meados de junho, a SEC pede ao Twitter para revelar sua metodologia e os critérios relacionados.

A carta foi divulgada um dia após a imprensa publicar reportagens nas quais um ex-chefe de segurança do Twitter afirma que a companhia enganou usuários e reguladoras sobre "extremas e flagrantes" falhas de segurança.

O Twitter negou as acusações, que podem ajudar Elon Musk no processo que será julgado em outubro para decidir se o empresário pode desistir da compra da plataforma por 44 bilhões de dólares.

Perguntado sobre a carta, o Twitter citou sua resposta à SEC, na qual reitera sua declaração de que as contas falsas e mensagens de spam na plataforma são menores que 5% dos usuários que recebem anúncios.

"O Twitter acredita que isto já revela adequadamente a metodologia utilizada no cálculo desses índices", disse a empresa em sua resposta em 22 de junho.

A SEC fiscaliza principalmente atividades relacionadas com valores, em especial, rendimentos e ações, mas também pode se interessar pelas comunicações das companhias presentes na bolsa para verificar se apresentam uma imagem confiável.

Elon Musk se retirou de um acordo de compra do Twitter afirmando que a plataforma o enganou sobre os números destas contas, o que levou a rede a inciar um processo para obrigá-lo a cumprir com o trato. O caso será decidido em um julgamento que começará em 17 de outubro e tem previsão de durar cinco dias.

A denúncia de Peiter Zatko, ex-chefe de segurança do Twitter, jogou mais lenha nessa fogueira. Ele mencionou servidores obsoletos, programas vulneráveis a ciberataques e executivos que omitem, de acionistas e autoridades, as tentativas de pirataria.

Zatko também acusa a plataforma e seu diretor-executivo, Parag Agrawal, de emitir declarações falsas sobre o número de contas porque "se as medições exatas se tornassem públicas, prejudicariam a imagem e a valorização da empresa".

Parlamentares expressaram preocupação após as declarações de Zatko e pediram que as denúncias fossem investigadas.

© Agence France-Presse