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Trolls organizam campanha orquestrada de insultos no Twitter para testar Musk

Elon Musk, empresário dono da Tesla e SpaceX, em evento da US Air Force Academy em abril de 2022 - U.S. Air Force Academy/Wikimedia Commons
Elon Musk, empresário dono da Tesla e SpaceX, em evento da US Air Force Academy em abril de 2022 Imagem: U.S. Air Force Academy/Wikimedia Commons

31/10/2022 09h26

Uma campanha orquestrada de "trollagem" publicou dezenas de milhares de tuítes com insultos para testar as políticas de moderação de conteúdo do Twitter após sua aquisição pelo bilionário Elon Musk, disse o diretor de segurança da rede social no sábado, acrescentando que as regras "não mudaram".

Horas após Musk, um autoproclamado "absolutista da liberdade de expressão", tornar-se dono da plataforma na noite de quinta-feira, vozes de extrema-direita comemoraram o que consideram uma vitória com postagens ofensivas sobre identidade transgênero, insultos raciais e outros termos depreciativos.

Mas "as políticas do Twitter não mudaram", disse em uma publicação Yoel Roth, chefe de segurança e integridade da plataforma. "A conduta de ódio não tem espaço aqui. E estamos tomando as medidas para por fim em um esforço orquestrado que busca convencer as pessoas que mudamos sim", enfatizou.

Roth disse que nas últimas 48 horas observaram "um pequeno número de contas postar uma tonelada de tuítes que incluem insultos e outros termos depreciativos" para outras pessoas.

"Para se ter uma ideia da escala: mais de 50.000 tweets que usaram repetidamente um insulto específico vieram de apenas 300 contas", detalhou. "Quase todas" essas contas são falsas, disse ele.

"Tomamos medidas para banir os usuários envolvidos nesta campanha de trollagem e continuaremos trabalhando para resolver isso nos próximos dias, para que o Twitter seja seguro e acolhedor para todos", disse.

Roth também retuítou um post de Musk no qual o chefe da Tesla reiterou que "ainda" não havia realizado "nenhuma mudança nas políticas de moderação de conteúdo do Twitter".

É esse "ainda" que preocupa muitos usuários da plataforma em relação à direção que Musk quer levar o Twitter, uma das principais plataformas para o discurso mundial e a diplomacia.

Musk tem se mostrado a favor de diminuir a moderação de conteúdo e deixar a tarefa mais para algoritmos de computador do que para supervisores humanos.

Essa direção agrada os conservadores, que afirmam que a moderação até agora se concentrou injustamente em seus pontos de vista. Mas, por outro lado, reduzir o monitoramento que detecta informações enganosas ou falsas e discurso de ódio pode transformar a "praça digital" do mundo em um campo de desinformação, com consequências perigosas para a democracia e a saúde pública.

© Agence France-Presse