Missão Artemis: após atrasos, Nasa lança seu foguete mais potente para a Lua
O foguete SLS (Space Launch System ou Sistema de Lançamento Espacial), o maior e mais potente da história da Nasa, decolou nesta quarta-feira (16) rumo à Lua, na primeira missão sem tripulação do programa Artemis, da agência espacial dos Estados Unidos.
O foguete subiu com uma gigantesca bola de fogo, por volta da 1h47 local (3h47 de Brasília), do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, carregando a cápsula Orion.
Após dois cancelamentos de última hora há alguns meses, por problemas técnicos, e depois das passagens de dois furacões que adiaram o lançamento por mais várias semanas, a terceira tentativa teve sucesso.
A missão Artemis 1 deve durar 25 dias, envolvendo várias etapas delicadas.
Cinquenta anos após a última missão Apollo, este voo de teste não tripulado, que sobrevoará a Lua sem pousar em sua superfície, busca confirmar se o veículo é seguro para transportar uma futura tripulação.
O lançamento representa um grande início do programa Artemis, que pretende levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra para caminhar na Lua.
O objetivo final é estabelecer uma presença humana duradoura em nosso satélite, como preparação para uma viagem à Marte.
"Este foguete custou muito suor e lágrimas", declarou na terça-feira o diretor da Nasa, Bill Nelson. "Nos permitirá voar até a Lua e voltar durante décadas", afirmou.
Missão de 25 dias
Assim como nas duas tentativas frustradas anteriores, antes deste lançamento a Nasa também teve dificuldades para abastecer o foguete com combustível criogênico (mais de 2,7 milhões de litros de hidrogênio e oxigênio líquidos).
Durante a tarde, foi detectado um vazamento de hidrogênio, altamente inflamável, na base do foguete, o que forçou o envio de uma equipe de técnicos à plataforma de lançamento para fazer reparos, o que interrompeu os preparativos durante quase uma hora e provocou um pequeno atraso no programa original de lançamento.
A primeira tentativa de decolagem, há alguns meses, foi cancelada no último momento por um sensor defeituoso, e a segunda por um vazamento de hidrogênio.
Depois dos problemas técnicos, dois furacões — Ian e Nicole — provocaram o adiamento por várias semanas.
O lançamento
Na madrugada desta quarta-feira, imediatamente após o lançamento, as equipes do centro de controle de Houston (Texas) assumiram o controle da missão.
Com dois minutos de voo, os dois propulsores brancos caíram no Atlântico.
Após oito minutos, o estágio principal se separou do foguete.
Quase hora e meia depois da decolagem, um último impulso do estágio superior colocou a cápsula Orion a caminho da Lua, onde chegará em alguns dias.
Mas ela não irá pousar em nosso satélite; permanecerá em uma órbita distante, por quase uma semana, aventurando-se por até 64.000 quilômetros no lado oculto da Lua — um recorde para uma cápsula habitável.
Depois, a Orion iniciará o retorno à Terra e testará seu escudo térmico, o maior já construído. Ao atravessar a atmosfera terrestre, a cápsula terá de suportar temperaturas que alcançam a metade da temperatura da superfície do Sol.
Um pouso no Oceano Pacífico está previsto para 11 de dezembro.
Nova era
Depois do foguete Saturn V, das missões Apollo, e após a época dos ônibus espaciais, o SLS inaugura uma nova era de exploração humana, desta vez do espaço profundo.
Em 2024, a próxima missão, Artemis 2, levará astronautas até a Lua, mas também sem pousar no satélite. Esta honra será reservada para a tripulação do Artemis 3, provavelmente em 2025.
A Nasa planeja ter uma missão anual para construir uma estação espacial em órbita ao redor da Lua e uma base em seu polo sul.
O objetivo é testar novos equipamentos, como trajes, veículos e uma minicentral elétrica, e estudar o uso de água gelada no local. Tudo para estabelecer uma presença humana duradoura.
O programa também tem a meta de preparar um voo tripulado para Marte, talvez no fim da década de 2030. Essa viagem, de uma escala completamente diferente, demoraria pelo menos dois anos para ser concluída.
© Agence France-Presse
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.