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Telescópio espacial James Webb

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James Webb revela que primeiras galáxias podem ter se formado bem antes do que imaginamos

Com formato curioso, galáxia "Roda de Carruagem" foi capturada pelo Telescópio Espacial James Webb - Reprodução/Nasa
Com formato curioso, galáxia "Roda de Carruagem" foi capturada pelo Telescópio Espacial James Webb Imagem: Reprodução/Nasa

17/11/2022 21h53

As primeiras galáxias podem ter se formado há muito mais tempo do que os astrônomos estimam — é o que indicam as observações do Telescópio Espacial James Webb, que está reformulando nossa compreensão do universo.

Usando dados do poderoso telescópio, pesquisadores publicaram um artigo na revista Astrophysical Journal Letters em que documentam duas galáxias excepcionalmente brilhantes e distantes, com base em dados colhidos nos primeiros dias de operação do Webb, em julho.

A extrema luminosidade das estrelas levanta duas possibilidades intrigantes, disseram nesta quinta-feira (17) os astrônomos em uma coletiva de imprensa da Nasa.

A primeira é que essas galáxias seriam muito grandes, com muitas estrelas de baixa massa como as galáxias de hoje, e teriam começado a se formar 100 milhões de anos após o Big Bang, que ocorreu há 13,8 bilhões de anos.

Isso também significaria que se formaram 100 milhões de anos antes do que hoje é considerado o fim da chamada era das trevas cósmica, quando o universo era apenas gás e matéria escura.

Outra possibilidade é que essas galáxias sejam de estrelas da chamada "População III", que nunca haviam sido observadas, mas que, teoricamente, são formadas unicamente por hélio e hidrogênio, antes do surgimento de elementos mais pesados.

Como essas estrelas queimavam em temperaturas extremas, as galáxias não teriam que ser tão enormes para explicar o brilho observado pelo Webb, e poderiam ter começado a se formar mais tarde.

"Estamos vendo galáxias tão brilhantes e luminosas tão cedo, que não temos certeza do que está acontecendo", disse a repórteres Garth Illingworth, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

A rápida descoberta de galáxias também desafia as expectativas de que o telescópio precisaria explorar um volume muito maior de espaço para encontrá-las.

"É uma surpresa que existam tantas que se formaram tão cedo", acrescentou o astrofísico Jeyhan Kartaltepe, do Instituto Tecnológico de Rochester.

As duas galáxias definitivamente existiram entre 450 e 350 milhões de anos após o Big Bang. Uma delas, chamada GLASS-z12, é agora a luz estelar mais distante já vista.

Quanto mais longe as estrelas estão, mais tempo leva para sua luz atingir a Terra, então olhar para o universo distante é ver o passado profundo.

© Agence France-Presse