Muito além do terabyte: conheça ronna e quettabyte, novas medidas de dados
A Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM) adotou em 18 de novembro dois novos prefixos, ronna (R) e quetta (Q), para expressar ordens de grandeza minúsculas ou gigantescas, cada vez mais comuns na ciência moderna.
É a primeira vez em mais de três décadas que o Sistema Internacional (SI), estabelecido em 1960 e mais comumente chamado de sistema métrico, adota novos prefixos.
Embora todos conheçam o quilo, que expressa, por exemplo, um número de metros ou gramas em mil — com três zeros após a unidade —, apenas os cientistas usam os termos zeta (Z) e iota (Y), que expressam, respectivamente, uma quantidade com 21 e 24 zeros à direita.
Eles foram introduzidos em 1991, quando a comunidade química precisava expressar números de moléculas dessa magnitude.
Mas mesmo o iota não pode atender à necessidade de expressar ordens de grandeza cada vez maiores devido à explosão das tecnologias digitais, explica Richard Brown, chefe de Metrologia - a ciência da medição - no Laboratório Nacional de Física britânico.
"Estamos muito perto do limite para expressar dados em iotabytes, que é o maior prefixo disponível", disse o cientista à AFP, que lidera a iniciativa desta mudança.
Esses prefixos não se referirão apenas ao infinitamente grande. Eles também se aplicarão ao infinitamente pequeno, por exemplo, na "ciência quântica - física de partículas - onde você mede coisas muito, muito pequenas", acrescenta Richard Brown.
Prefixos de uma só letra
Os novos prefixos ronna (R) e quetta (Q) expressam quantidades com 27 e 30 zeros após a unidade, respectivamente.
Simetricamente, o ronto (r) e o quecto (q) expressam quantidades cuja unidade está localizada, respectivamente, na 27ª e 30ª posição atrás da vírgula.
Com esses prefixos, "a Terra pesa cerca de 6 ronnagramas", ou seja, um 6 seguido de 27 zeros, observa o Dr. Brown.
Por outro lado, algo pesando 6 rontogramas seria equivalente a um número decimal e o 6 seria colocado na 27ª posição à direita da vírgula.
As mudanças foram adotadas nesta sexta-feira no Palácio de Versalhes (oeste de Paris, na França) por cientistas reunidos na CGPM, que acontece a cada quatro anos.
O cientista britânico queria criar novos prefixos devido ao surgimento de nomes fantasiosos usados para armazenamento de dados, como 'brontobytes' ou 'hellabytes'.
Mas era necessário atender à exigência do Sistema Internacional e usar prefixos de uma só letra.
Por outro lado, uma convenção determina que os prefixos de grandes ordens de grandeza terminem com a letra "a" e os de quantidades muito pequenas com um "o".
Ronna e ronto, quetta e quecto, serão capazes de atender às necessidades de medição de números muito grandes pelo menos nos próximos 20 a 25 anos, de acordo com o especialista em metrologia.
© Agence France-Presse
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