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San Francisco desiste de projetos de 'robôs assassinos'

Robô Atlas, da Boston Dynamics; Cidade de San Francisco volta atrás de lei que permitia que robôs pudessem atacar humanos - Divulgação
Robô Atlas, da Boston Dynamics; Cidade de San Francisco volta atrás de lei que permitia que robôs pudessem atacar humanos Imagem: Divulgação

07/12/2022 09h51

O conselho da cidade de San Francisco desistiu de usar "robôs assassinos" na luta contra o crime, surpreendentemente votando nesta terça-feira (6) contra a proposta que havia aprovado há uma semana.

"Apesar de algumas preocupações éticas, na semana passada apoiei a legislação, mas tenho me sentido mal com isso nos últimos dias", disse um membro do conselho de supervisores, órgão do governo que exerce as funções de conselho municipal em San Francisco.

"Não acho que robôs armados e controlados remotamente nos garantirão segurança", acrescentou.

A votação desta terça-feira, que originalmente deveria ser uma formalidade, foi um revés inesperado. Na semana passada o conselho havia aprovado o uso de máquinas letais como "último recurso" em situações muito perigosas.

O uso desses robôs com poder letal é defendido pelo Departamento de Polícia de San Francisco em casos específicos como tiroteios, ataques suicidas ou outros tipos de situações violentas. A intenção por trás do projeto polêmico é não colocar em risco a vida dos policiais.

O Departamento de Polícia de San Francisco já conta com uma pequena frota de robôs que entram em cena em casos específicos como ameaças com explosivos.

No entanto, o projeto levantou polêmica entre os cidadãos que, apesar de reclamarem do aumento da criminalidade nos últimos meses, temem que ela dê lugar a cenários distópicos semelhantes aos vistos no filme "O Exterminador do Futuro" ou na série de sucesso da Netflix "Black Mirror".

Um protesto precedeu a reunião desta terça-feira no centro do poder em San Francisco.

O conselho de supervisores decidiu por unanimidade que o projeto precisa ser reavaliado e merece novos ajustes para sua implementação.

© Agence France-Presse