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Grupo Supervisor da Meta pede que Facebook autorize lema 'morte a Khamenei'

Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em Teerã -
Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em Teerã

Redação

AFP

09/01/2023 16h57

O Conselho de Supervisão da gigante americana Meta, empresa dona do Facebook, pediu à rede social que autorize uma publicação com a mensagem "morte a Khamenei", o líder supremo iraniano, que foi removida pelo grupo.

Em sua decisão desta segunda-feira (9), "o Conselho acredita que a remoção da publicação não é consistente com os padrões comunitários, valores, ou responsabilidades de direitos humanos da Meta".

O Conselho de Supervisão é um painel independente financiado pela Meta. Suas decisões são obrigatórias para a empresa.

Em julho do ano passado, os moderadores do Facebook decidiram que publicações com o slogan persa "marg bar Khamenei", traduzido literalmente para "morte a Khamenei", violavam as diretrizes da empresa contra incitação a danos, ou a assassinato. Desde então, elas são removidas das plataformas.

Na direção contrária, o Conselho de Supervisão estabeleceu que a frase não era uma ameaça crível e que não violou as diretrizes. Embora a tradução literal seja "morte a (...)", no contexto dos protestos iranianos seu significado estava mais próximo de "abaixo com (...)".

A publicação data de julho de 2022: contém uma charge do aiatolá Ali Khamenei com a legenda "morte ao governo islâmico contra as mulheres" e "morte ao seu líder imundo Khamenei".

Desde setembro, o Irã está imerso em uma onda de protestos desencadeados pela morte da curdo-iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, três dias depois de ter sido detida pela polícia da moral. Ela foi acusada de infringir o código de vestimenta feminina em vigor na República Islâmica.

O fracasso do Facebook em impor a liberdade de expressão "levou ao silenciamento do discurso político destinado a proteger os direitos das mulheres", afirmou o Conselho de Supervisão.

A Meta tem de decidir, frequentemente, entre moderar um conteúdo que pode ser considerado violento, ou defender a liberdade de expressão.

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© Agence France-Presse