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Rússia manda Soyuz vazia para substituir nave problemática e resgatar astronautas

Foto de divulgação do lançamento da nave Soyuz MS-23 pela agência espacial russa em direção à ISS (Estação Espacial Internacional) - AFP/Agência Espacial Russa Roscosmos/Divulgação
Foto de divulgação do lançamento da nave Soyuz MS-23 pela agência espacial russa em direção à ISS (Estação Espacial Internacional) Imagem: AFP/Agência Espacial Russa Roscosmos/Divulgação

24/02/2023 09h47

Uma nave russa Soyuz decolou na madrugada desta sexta-feira (24) do Cazaquistão para a Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês), com o objetivo de trazer de volta à Terra em setembro dois astronautas russos e um americano, cuja cápsula foi danificada.

A nave MS-23 decolou sem tripulantes do cosmódromo de Baikhonur, segundo uma transmissão ao vivo da Nasa, que opera a ISS juntamente com a agência espacial russa Roscosmos.

A decolagem e entrada em órbita da nave "aconteceram com normalidade", afirmou a Roscosmos em um comunicado, que prevê o acoplamento à estação espacial na madrugada de domingo (26).

O lançamento estava previsto inicialmente para meados de março, para transportar uma nova equipe de três pessoas até a ISS, mas a nave decolou vazia para transportar os astronautas bloqueados: os russos Sergei Prokopiev e Dmitri Petelin e o americano Frank Rubio.

Na ausência de tripulação para substituí-los, a missão dos três se estendeu até setembro, embora, a princípio, eles devessem retornar no fim de março. No total, passarão um ano no espaço, em vez de seis meses.

Micrometeorito

Os três astronautas haviam decolado no fim de setembro de 2022 com a Soyuz MS-22. Normalmente, as cápsulas em que os astronautas chegam à ISS permanecem acopladas à estação durante toda a sua missão, para o caso de uma retirada de emergência. Eles também costumam retornar no mesmo aparelho.

Em dezembro, no entanto, a Soyuz MS-22 sofreu um vazamento do líquido de refrigeração, causado, segundo Moscou, pelo impacto de um micrometeorito.

O incidente provocou temores sobre a temperatura que poderia ser alcançada dentro da nave no momento de retornar à Terra.

A agência espacial russa decidiu que ela só poderia ser usada em caso de emergência e enviou, para substituí-la, a nave MS-23 para o retorno dos tripulantes em setembro.

A MS-22 danificada deve ser desacoplada da ISS e retornar à Terra sem tripulantes, a princípio no começo de março.

Em meados de fevereiro foi registrado um vazamento similar na nave de carga Progress MS-21, acoplada à ISS desde outubro. Esta não transportaria passageiros e foi desacoplada na semana passada.

A Roscosmos indicou na terça-feira que um "impacto externo" provocou o vazamento e descartou os erros de fabricação.

Nova missão

Além dos três membros da tripulação que chegaram a bordo da Soyuz, a ISS tem atualmente outros quatro passageiros, membros da missão Crew-5, transportados por uma cápsula Dragon da SpaceX em outubro de 2022.

A empresa americana deve enviar na segunda-feira à estação os quatro substitutos da missão Crew-6 na segunda-feira: dois astronautas da Nasa, um dos Emirados Árabes e um cosmonauta russo.

Após uma transição de vários dias, a Crew-5 retornará à Terra.

A ISS representa um dos poucos espaços de cooperação restantes entre Moscou e Washington desde o início da ofensiva russa na Ucrânia.

© Agence France-Presse