Site usa software da polícia para criar retratos de personagens famosos de ficção
Da esq. para a dir.: madame Bovary, Humbert Humbert (Lolita) e Lisbeth Salander (Millennium)
Um site na internet está publicando imagens de personagens famosos da ficção produzidas por um software da polícia para a construção de retrato falado.
O site Clique The Composites, do escritor e artista Brian Joseph Davis, de Nova York, virou uma sensação na internet, atraindo mais de seis mil seguidores em apenas três dias no ar.
Os internautas podem sugerir personagens a serem recriados com o software policial.
Com ajuda da tecnologia, Brian Joseph Davis já desenhou os rostos tanto de personagens clássicos – por exemplo, Humbert Humbert de Lolita, do escritor Vladimir Nabokov, ou Emma Bovary, de Madame Bovary, de Gustave Flaubert – como protagonistas de obras mais recentes – como Lisbeth Salander, da trilogia Millennium, de Stieg Larsson.
Lisbeth Salander é descrita por Larsson como "uma pálida e magra jovem, com cabelo curto como um pavio, piercing no nariz e na sobrancelha. Ela tem uma tatuagem de uma vespa de uma polegada no seu pescoço, um arco tatuado no seu bíceps esquerdo e outro no seu tornozelo esquerdo".
Críticas
Davis afirma que, além de sugestões, ele também recebe muitas críticas pelo seu trabalho.
"Os leitores imaginam estes personagens a partir das versões cinematográficas das obras", diz Davis. "Muitas pessoas reclamaram, por exemplo, que o meu Rochester [personagem do romance Jane Eyre, de Charlotte Brontë] não se parece com Michael Fassbender [ator que viveu Rochester na versão de 2011 para o cinema]."
No entanto, nem todos os personagens de ficção podem ser recriados.
Apesar dos apelos de internautas, Davis não conseguiu produzir imagens dos rostos de Holden Caulfield – o protagonista de O Atirador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger – ou de Kilgore Trout, personagem recorrente na obra do americano Kurt Vonnegut.
Segundo Davis, não há descrições físicas suficientes dos personagens nos livros de Salinger e Vonnegut.
O escritor, que também edita uma revista literária, acredita que a internet pode ajudar a resgatar o interesse em literatura, ao oferecer novas formas de engajamento do público leitor com as obras.
"A resposta das pessoas a esse projeto por parte de fãs em literatura prova, de certa forma, que as pessoas querem ter experiências em literatura de formas completamente novas, e que existem várias ferramentas para se fazer isso."
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