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5 coisas que você talvez não saiba sobre o Facebook reveladas por Zuckerberg

Jim Watson/AFP
Imagem: Jim Watson/AFP

11/04/2018 14h48

O Facebook se tornou site de referência para milhões de usuários em todo o mundo. Uma plataforma para se informar e manter contato com os amigos.

Mas, em muitos aspectos, a rede social continua sendo uma grande desconhecida.

Onde vão parar as conversas que temos com os nossos amigos? E nossas fotos, inclusive depois que as excluímos? O Facebook é seguro?

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Pela primeira vez desde a sua criação, o seu fundador, Mark Zuckerberg, teve que responder a estas e a inúmeras outras questões sobre o funcionamento da rede social a um comitê de senadores.

O depoimento dado nesta terça-feira durou cinco horas e foi motivado pelo escândalo da Cambridge Analytica, consultoria que teria obtido e usado indevidamente informações de 87 milhões de usuários do Facebook, 443.117 deles brasileiros.

A consultoria teria tido acesso a esses dados ao lançar um aplicativo de teste psicológico na rede social. Os usuários que participaram do teste acabaram por entregar a ela não apenas suas informações, mas também as de amigos que têm em seu perfil.

Existe a suspeita de que a Cambdrige Analytica, que trabalhou para a campanha do presidente americano, Donald Trump, em 2016, tenha usado esses dados para influenciar o resultado do pleito.

A BBC selecionou 5 coisas que talvez você não saiba sobre o Facebook reveladas por Zuckerberg durante sua fala ao Congresso dos EUA:

Mark Zuckerberg aguarda início de sessão no senado americano - AFP/Jim Watson - AFP/Jim Watson
Mark Zuckerberg aguarda início de sessão no senado americano
Imagem: AFP/Jim Watson

1. Não há venda de dados

Uma das questões mais controversas que o Facebook enfrenta é o uso de dados de seus 2,2 bilhões de usuários (quase o dobro de toda a população da China).

Ciente disso, Zuckerberg tentou transparecer normalidade durante o depoimento e, para isso, detalhou parte da operação de sua empresa.

"Não vendemos dados para anunciantes", garantiu.

A empresa, de acordo com Zuckerberg, permite que os anunciantes lhes digam que tipo de público querem alcançar e é o próprio Facebook que coloca o anúncio na timeline das pessoas selecionadas.

O Facebook "só mostra os anúncios para as pessoas certas, sem que os dados mudem de mãos", disse ele.

10.abr.2018 - Mark Zuckerberg chega para audiência no Congresso dos Estados Unidos - Reprodução - Reprodução
Mark Zuckerberg chega para audiência no Congresso dos Estados Unidos
Imagem: Reprodução

2. Versão paga?

O modelo de negócios do Facebook é baseado, em geral, nessa publicidade e isso também gera polêmica.

"Nada na vida é de graça", disse o senador Orrin Hatch, após perguntar a Zuckerberg como o Facebook ganhava dinheiro sem cobrar dos usuários.

"Senador, publicamos anúncios", respondeu Zuckerberg com um sorriso.

Ele foi categórico sobre a possibilidade de cobrar aos cidadãos pelo uso do Facebook, sem que isso, no entanto, prejudique os propósitos da rede social.

"Sempre haverá uma versão gratuita", disse o empresário.

"Nossa missão é tentar ajudar a conectar todas as pessoas ao redor do mundo (...) Para isso, precisamos oferecer um serviço que todos possam pagar."

Protestos contra Mark Zuckerberg -  Zach Gibson/Getty Images/AFP  -  Zach Gibson/Getty Images/AFP
Protestos contra Mark Zuckerberg em Washington
Imagem: Zach Gibson/Getty Images/AFP

3. Onde vão parar suas conversas?

Você já se perguntou quais dados o Facebook tem sobre você, mesmo que você os tenha excluído?

Zuckerberg deu algumas pistas na terça-feira, graças às insistentes perguntas da senadora Deb Fischer.

O empresário especificou que a rede social armazena duas grandes categorias de informação para cada usuário: o conteúdo que a pessoa decidiu compartilhar e os dados relacionados a "transformar a publicidade em relevante".

Os usuários "têm controle total sobre ambas (as categorias)", disse ele.

"Quanto disso é armazenado? Isso ocorre com tudo em que clicamos? Isso é armazenado em algum lugar?", replicou a senadora Deb Fischer.

"Sim, nós armazenamos dados", disse Zuckerberg.

Mark Zuckerberg; Facebook - Saul Loeb/AFP - Saul Loeb/AFP
Zuckerberg enfrenta maratona no Congresso norte-americano
Imagem: Saul Loeb/AFP

4. O Facebook está em uma 'corrida armamentista'

O criador da rede social descreveu um panorama difícil contra perfis falsos e agentes estrangeiros que tentam usar o Facebook e outras plataformas para manipular a população, particularmente nas eleições.

Zuckerberg alertou que há uma "corrida armamentista", referindo-se à internet, na qual os russos estão avançando.

"Há pessoas na Rússia cujo trabalho é tentar tirar proveito de nossos sistemas e de outros sistemas de internet, bem como de sistemas de outros tipos", explicou ele.

Zuckerberg considerou que é urgente investir nesta área e anunciou que o Facebook desenvolveu várias ferramentas para combater essas práticas.

Para o empresário, deter essas tentativas é uma das prioridades neste ano, em face de importantes eleições no continente americano e após suspeitas de interferência da Rússia nas eleições que deram a presidência a Donald Trump.

Mesa aguarda Zuckerberg - Brendan Smialowski/AFP - Brendan Smialowski/AFP
Mesa aguarda Zuckerberg
Imagem: Brendan Smialowski/AFP

5. Dados que acabam nas mãos das autoridades

O Facebook colaborou no passado com as autoridades dos EUA e agora o faz com o promotor especial Robert Mueller, que investiga a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

Reuniões foram realizadas, disse Zuckerberg, e vários funcionários foram interrogados.

No entanto, o empresário garantiu que, em outras áreas, o Facebook se recusa totalmente a transferir dados de seus usuários - por exemplo, em investigações sobre casos de deportação.

"Nos opomos fortemente a isso", disse Zuckerberg na terça-feira.

Suas declarações não conseguiram aplacar todas as dúvidas dos senadores e talvez tampouco de alguns usuários, mas logo haverá outra oportunidade: esta quarta-feira, dia em que o empresário voltará a ser questionado pelos legisladores de seu país.