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Polícia usa algoritmo que prevê crimes para prender ladrão na Itália

A polícia italiana está usando um programa com o qual espera evitar roubos de forma mais eficaz - Getty Images
A polícia italiana está usando um programa com o qual espera evitar roubos de forma mais eficaz Imagem: Getty Images

20/11/2018 10h59

A cidade onde nasceu uma das organizações mafiosas mais perigosas do mundo, a Camorra, também é o berço de uma tecnologia que está ajudando a modernizar a forma como a polícia italiana combate o crime.

Um agente policial de Nápoles criou o X-law, um sistema informatizado baseado em um algoritmo que permite "prever crimes".

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Este sistema foi usado para prender um homem de 55 anos em Mestre, uma pequena localidade a 8km de Veneza, quando ele estava prestes a realizar um roubo.

O algoritmo estava sendo usado no norte do país havia apenas alguns dias.

Eram 3h45 da manhã quando o porteiro do bar de um hotel alertou a polícia que havia visto um homem "grande e corpulento" entrar no edifício após arrombar uma porta de vidro.

Ele se dirigia para o caixa para roubar o dinheiro quando se deu conta de que havia sido descoberto e tentou fugir, mas foi impedido pela polícia, que já o esperava na saída do local.

Os agentes chegaram tão rápido ali porque já estavam patrulhando a área graças ao X-Law. O programa tinha informado que havia grandes chances de um crime assim ser cometido naquela região entre 3h e 4h da madrugada de sexta-feira.

Na delegacia, foi verificado que o homem tinha vários antecedentes por roubos e outros crimes cometidos no passado.

"Os criminosos costumam atuar sempre na mesma zona, com o mesmo modus operandi e os mesmos procedimentos. Conhecem o comportamento das pessoas, os horários em que as empresas fecham e quando os idosos vão ao banco retirar sua aposentadoria", disse o inspetor Elia Lombardo, criador da tecnologia, ao jornal La Repubblica.

Como o sistema 'prevê' crimes

Lombardo explicou que trabalhou na elaboração do sistema por 20 anos. As informações sobre crimes são introduzidas no sistema, que, a cada meia hora, envia um alerta sobre onde é mais provável que ocorra um delito nas duas horas seguintes.

Esses cálculos matemáticos permitem que a polícia preveja a ocorrência de crimes com mais precisão e atue de forma mais eficaz.

"Normalmente, uma patrulha de Prato percorre uma área de 125km por dia. Com essa tecnologia, reduzimos para 23km, gerando uma economia significativa de recursos", disse o inspetor.

O X-law já havia sido testado em Nápoles e nas províncias de Prato e de Veneza. Se continuar a ter sucesso, será usado em toda a Itália para prevenir roubos.

Tecnologia é usada em outros países

Esta não é a primeira vez que um país usa algoritmos para prevenir crimes.

Em Chicago, a terceira cidade mais populosa dos Estados Unidos (e uma das mais violentas), a polícia usa desde 2017 um algoritmo que cria um sistema de pontuação, com base nos registros policiais de prisões, disparos e outras variáveis, para prever quem tem uma maior probabilidade de disparar uma arma contra outra pessoa ou de ser baleado.

O sistema cria uma lista de suspeitos, e os agentes vigiam aqueles com as pontuações mais elevadas.

A China também está desenvolvendo um software para obter informações sobre possíveis criminosos e evitar incidentes violentos com base em dados que indicam comportamentos "incomuns" de cidadãos para estabelecer padrões de criminalidade.


O que é um algoritmo?

Os algoritmos são os códigos necessários para dar ordens a um computador ou máquina para que algo seja feito. Trata-se de uma lista de passos que devem ser seguidos para resolver um problema. É crucial que os passos estejam bem definidos e na ordem correta.

Pense, por exemplo, no que você faria para se vestir pela manhã. O que aconteceria se você colocasse o casaco antes da camisa? Seria estranho, não?

O mesmo se aplica a esta tecnologia cada vez mais presente em nossa vida cotidiana, de celulares a páginas na internet, mas com um nível de complexidade muito maior.

Os algoritmos são, portanto, essenciais para que as máquinas e redes façam o que pedimos (ou interpretem o que desejamos).

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