A primeira imagem de Marte do robô Perseverance, da Nasa
Aterrissagem foi confirmada às 17h55 de Brasília; por conta da dificuldade em pousar no planeta vermelho, tom da equipe de controle antes da confirmação era de cautela.
Tem novidade no chão de Marte: o robô Perseverance, da agência espacial Nasa, aterrissou com sucesso na superfície do planeta vermelho nesta quinta-feira (18/02), depois de sete meses de viagem e quase 480 milhões de km percorridos.
O veículo de seis rodas pousou em Jezero, uma cratera profunda perto do equador de Marte, e passará pelo menos dois anos explorando rochas ali. O objetivo é buscar possíveis evidências de vida passada no planeta, como indícios de compostos orgânicos, contendo carbono, e comunidades microbianas fossilizadas.
Parte do material encontrado deverá voltar à Terra para futuras pesquisas.
A equipe de controle da missão, baseada na Califórnia (EUA), festejou a notícia da aterrissagem às 20h55 GMT (17h55 em Brasília) — mas dessa vez sem cumprimentos e abraços, por conta da pandemia de coronavírus. Separados por telas de acrílico, os engenheiros comemoraram com uma salva de palmas.
Pouco depois, chegou a primeira imagem do solo marciano enviada pelo Perseverance — que tem o maior número de câmeras em uma missão interplanetária já documentado. O robô tem 19 câmeras em seu corpo, e a nave que o conduziu na aterrissagem levava outras quatro.
Os controladores vão continuar monitorando muito de perto o Perseverance nas próximas semanas, de forma a garantir que nenhum de seus sistemas foi danificado na difícil chegada ao planeta vermelho.
Pousar em Marte nunca é facil, e embora a Nasa tenha se especializado nisso ao longo dos anos, a equipe do Perseverance adotou um tom de cautela antes do sucesso do pouso ser confirmado.
A nave que conduziu o Perseverance adentrou a atmosfera marciana a uma velocidade de 19.500 km/h. Em sete minutos, na arriscada e quente descida ao solo, essa velocidade foi reduzida a zero.
Esse é o segundo robô de uma tonelada levado a Marte pela agência espacial americana.
O primeiro, o Curiosity, pousou em uma outra cratera em 2012. Ele testou tecnologias de descida inovadoras, algumas delas aproveitadas agora pelo Perseverance, que tem o tamanho de um carro e é equipado com câmeras, um helicóptero e microfones. O Curiosity também confirmou que existiram condições de vida em Marte.
Cientistas acreditam que a cratera Jezero era, há 3,5 bilhões de anos, um lago alimentado por um rio que depositou sedimentos. A aposta da Nasa é que possa haver ali móleculas orgânicas ou outros sinais de vida microbiana ainda preservados.
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