DART: a missão da Nasa pra proteger a Terra de asteroides
Agência espacial americana vai lançar em novembro espaçonave com vistas a atingir asteroide propositalmente e mudar seu caminho, testando pela primeira vez método de 'defesa planetária'.
Imagine um asteroide vindo em direção à Terra com a possibilidade de causar grandes estragos, ou até mesmo acabar com a existência humana.
Cenários como esse ainda estão restritos às telas dos cinemas.
Mas existe o temor de que isso possa se tornar realidade no futuro.
Nesse sentido, a Nasa, a agência espacial americana, anunciou na terça-feira (5/10) vai lançar no próximo mês uma espaçonave para atingir um asteroide — propositalmente — e mudar seu caminho, testando pela primeira vez um método de "defesa planetária".
Um foguete SpaceX Falcon 9 será lançado da Base da Força Espacial de Vandenberg, cerca de 80 km a noroeste de Santa Bárbara, Califórnia.
Dois asteroides que orbitam o Sol e ocasionalmente se aproximam da Terra são o alvo da Nasa.
Segundo a agência, eles não representam uma ameaça ao nosso planeta, mas sua proximidade os torna um candidato preferencial para o teste de uma técnica que poderia algum dia impedir que um "asteroide perigoso atinja a Terra".
"Vamos garantir que uma rocha vinda do espaço não nos mande de volta à Idade da Pedra", diz Thomas Statler, cientista da Nasa, no podcast da agência.
O maior dos dois asteroides, Didymos, tem 780 metros de diâmetro. Ao redor dele, orbita um satélite natural menor, chamado Dimorphos.
Dimorphos, com cerca de 160 metros de diâmetro, é "mais típico do tamanho dos asteroides que podem representar a ameaça significativa mais provável para a Terra", segundo a Nasa.
Esse corpo celeste, segundo Statler, "não é necessariamente o asteroide que vai causar um efeito devastador na Terra".
Em vez disso, o lançamento da espaçonave é um "teste para garantir que temos as capacidades para deter esse asteroide no futuro, se houver um".
O objetivo da missão é atingir Dimorphos a uma velocidade de quase 24 mil km/h e mudar sua órbita "por uma fração de um por cento" — uma mudança pequena, mas significativa o suficiente de tal modo que os cientistas serão capazes de observá-la a partir de telescópios Terra.
"A colisão mudará a velocidade da minilua em sua órbita ao redor do corpo principal em uma fração de um por cento, mas isso mudará o período orbital da minilua em vários minutos — o suficiente para ser observado e medido usando telescópios na Terra", diz a agência em seu site.
Se a Nasa detectar um asteroide que represente um risco para a Terra — segundo Statler, a agência não trabalha com essa hipótese pelo menos nos próximos 100 anos — ela tentaria atingi-lo e mudar seu curso, em vez de destruí-lo completamente.
A espaçonave DART se separará do foguete SpaceX e navegará no espaço por mais de um ano antes de atingir Dimorphos no fim de setembro de 2022, quando a dupla de asteroides estará perto o suficiente da Terra — 11 milhões de quilômetros — de modo que os cientistas poderão vê-los.
A interação será gravada por um lançamento de satélite italiano de 14 kg da espaçonave.
Embora não tenha como objetivo mudar o curso de um asteroide que destrua a Terra, a missão tem "proporções históricas", diz Statler.
Será "a primeira vez que a humanidade realmente mudou algo no espaço", acrescenta ele.
"Deixamos pegadas e marcas de pneus e coisas assim. Mas esta será a primeira vez que a humanidade mudará um movimento celestial", conclui.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.