Processador Eagle: como funciona o computador quântico mais avançado da IBM
A IBM anunciou que seu novo processador quântico - que usa propriedades da física quântica para fazer cálculos - ultrapassou o limite de processamento existente em máquinas.
A IBM anunciou nesta semana a criação de um processador quântico avançado, batizado de Eagle (águia, em inglês).
Processadores quânticos podem revolucionar a computação ao usar propriedades das partículas da física quântica para fazer cálculos, superando em muito a capacidade de processamento dos processadores convencionais, que usam linguagem binária.
No entanto, dificuldades na construção de versões práticas de computadores quânticos em grande escala mantinham a ideia restrita a experimentos de laboratório.
O novo processador desenvolvido pela IBM tem 127 "qubits", o dobro do dispositivo da IBM anterior. "Qubits" são as unidades mais básicas de informação em um computador quântico — análogos aos "bits" em computadores normais, mas muito mais potentes.
A empresa disse que seu novo processador Eagle é "um marco importante no caminho para a computação quântica prática".
Detalhes não revelados
Mas o professor Scott Aaronson, especialista em computação quântica da Universidade do Texas em Austin, disse que mais detalhes são necessários para avaliar se isso representa um avanço significativo.
"Estou ansioso para ver os detalhes", disse Aaronson em seu blog.
O especialista em computação quântica acrescentou que as informações divulgadas até agora pela IBM não revelam parâmetros-chave que normalmente se usa para avaliar o progresso da computação quântica.
Em 2016, a IBM foi a primeira empresa a disponibilizar a computação quântica na nuvem, abrindo acesso às máquinas para mais usuários.
Como funciona um computador quântico
Nos últimos anos, houve um aumento no interesse sobre esse tipo de máquina devido ao seu potencial para melhorar enormemente o poder de computação da humanidade.
Os computadores quânticos exploram as propriedades da matéria em suas menor escala, ou seja, usam propriedades físicas das partículas subatômicas.
Em computadores tradicionais, a unidade de informação é chamada de "bit" e pode ter um valor de um ou zero.
Seu equivalente em um sistema quântico — o qubit — pode ser um e zero ao mesmo tempo.
Este é o conceito de superposição da mecânica quântica, onde uma partícula pode existir em vários estados ao mesmo tempo.
Com uma capacidade de processamento muito maior, computadores do tipo podem ser usados para ajudar a desenvolver novos materiais e medicamentos ou melhorar aspectos da inteligência artificial.
Supremacia quântica
Um passo importante nesse desenvolvimento é demonstrar o que foi apelidado de "supremacia quântica" — a capacidade de resolver problemas que computadores convencionais não conseguiriam resolver.
Em 2019, o Google disse que seu processador quântico Sycamore, de 53 "qubits", ultrapassou o desempenho de um computador convencional em uma tarefa específica pela primeira vez.
Os pesquisadores do Google publicaram os resultados na prestigiosa revista acadêmica Nature.
Na época, cientistas da IBM questionaram alguns dos números do Google e sua definição de supremacia quântica. Detalhes sobre o novo desenvolvimento da IBM ainda serão publicados.
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