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Espaçonave da Nasa atinge asteroide em experimento para evitar futuras colisões na Terra

Simulação do impacto da DART na Dimorphos transmitida pela Nasa antes da colisão real - Reprodução/YouTube Nasa
Simulação do impacto da DART na Dimorphos transmitida pela Nasa antes da colisão real Imagem: Reprodução/YouTube Nasa

Jonathan Amos - Correspondente de ciência da BBC

27/09/2022 08h31

A missão Double Asteroid Redirection Test (Dart) conseguiu provocar com sucesso nesta segunda-feira (26/9) colisão contra asteroide Dimorphos, a 11 milhões de quilômetros do nosso planeta.

Uma espaçonave da missão Double Asteroid Redirection Test (Dart), da Nasa (agência espacial americana), atingiu com sucesso um asteroide na noite desta segunda-feira (26/9).

O impacto levou à destruição da espaçonave, mas tudo foi proposital: trata-se de um experimento para verificar se é possível desviar rochas espaciais que podem representar riscos à Terra.

A câmera da Dart, que estava a uma velocidade relativa de 22.000 km/h, enviou imagens em tempo real até o momento do impacto com o alvo — um objeto de 160m de diâmetro chamado Dimorphos, o qual estava a 11 milhões de quilômetros do nosso planeta.

Os controladores da missão, baseados no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (JHU-APL), explodiram de alegria quando as imagens da câmera ficaram preenchidas por Dimorphos e, pouco depois, por uma tela em branco. Cálculos iniciais sugerem que o impacto atingiu um ponto a apenas 17 metros do centro exato de Dimorphos.

Serão necessárias algumas semanas até que os cientistas saibam com certeza se o experimento funcionou, mas Lori Glaze, diretora de ciência planetária da agência espacial, estava convencida de que algo notável havia sido alcançado.

"Estamos embarcando em uma nova era da humanidade, uma era na qual potencialmente temos a capacidade de nos proteger de algo como um perigoso impacto de asteroide. É algo incrível: nunca tivemos essa capacidade antes", disse ela a repórteres.

Elena Adams, engenheira de sistemas do laboratório na Johns Hopkins, disse que "os terráqueos podem dormir melhor" sabendo que existe uma solução para a defesa planetária.

Dimorphos orbitava um asteroide maior, Didymos, de 780 metros de diâmetro. Antes da colisão, Dimorphos levou cerca de 11 horas e 55 minutos para dar a volta ao redor de Didymos.

A dupla foi escolhida a dedo, pois não caminhava em direção à Terra antes do experimento — que também não seria capaz de alterar a relação orbital dos asteroides a ponto de aumentar o risco de uma colisão com o planeta.

O asteroide atingido é "mais típico do tamanho dos asteroides que podem representar a ameaça significativa mais provável para a Terra", segundo a Nasa. Objetos do tamanho de Dimorphos podem explodir liberando muitas vezes a energia de uma bomba nuclear tradicional, devastando áreas povoadas e causando dezenas de milhares de mortes.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63042379.