Elon Musk: Twitter surpreende funcionários com fechamento temporário de escritórios
Decisão ocorre em meio a rumores sobre onda de pedidos de demissão na empresa.
O Twitter avisou seus funcionários que os escritórios da empresa serão fechados temporariamente — uma medida com efeito imediato.
Em mensagem à qual a BBC teve acesso, os profissionais foram informados que os escritórios da companhia reabririam as portas na segunda-feira (21/11).
O Twitter não explicou o motivo da medida.
O anúncio ocorre em meio a relatos de que um grande número de funcionários estava se demitindo depois de o novo proprietário da plataforma, o empresário Elon Musk, ter dado um ultimato à equipe para se comprometer a "longas jornadas de alta intensidade" ou deixar a empresa.
A mensagem anunciando o fechamento temporário dos escritórios ainda dizia: "Por favor, continue a cumprir a política da empresa, abstendo-se de discutir informações confidenciais da companhia nas redes sociais, com a imprensa ou em qualquer outro lugar".
O Twitter não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da BBC.
Nesta semana, Musk disse aos funcionários do Twitter que eles tinham que optar por trabalhar longas horas e "ser extremamente hardcore" ou deixar a empresa.
Em e-mail aos funcionários, o novo proprietário da plataforma afirmou que os profissionais deveriam concordar com a condição se quisessem permanecer na companhia, informou o jornal americano Washington Post.
Eles teriam recebido um prazo até quinta-feira (17/11) para aceitar ou não os novos termos — aqueles que se recusassem, receberiam uma indenização de três meses de pagamento pela demissão, segundo Musk.
No início deste mês, a empresa afirmou que reduziria cerca de 50% de sua força de trabalho.
Mas o anúncio do fechamento temporário dos escritórios do Twitter ocorre em meio a sinais de que um grande número de funcionários se demitiu por não aceitar os novos termos de Musk.
Alguns funcionários tuitaram usando a hashtag #LoveWhereYouWorked (que pode ser traduzida como "ame onde você trabalhou") e um emoji de saudação para mostrar que estavam deixando a empresa.
Um ex-funcionário do Twitter que preferiu permanecer anônimo disse à BBC:
"Acho que, quando a poeira baixar hoje, provavelmente terão sobrado menos de 2 mil pessoas".
A mesma fonte acrescentou que todos na sua equipe foram demitidos.
"O gerente da equipe, e o gerente dele foram demitidos. E depois o gerente desse gerente foi demitido. A pessoa acima dele, que era um dos executivos, foi demitida no primeiro dia. Portanto, não sobrou ninguém nessa cadeia de comando."
Antes de Musk assumir o controle do Twitter, a empresa tinha cerca de 7,5 mil funcionários. Também foi noticiado que a companhia empregava milhares de trabalhadores terceirizados, a maioria dos quais foi dispensada.
Outro funcionário contou que pediu demissão mesmo estando preparado para trabalhar longas horas.
"Eu não queria trabalhar para alguém que nos ameaçou por e-mail várias vezes sobre 'só tuiteiros excepcionais deveriam trabalhar aqui', quando eu já estava trabalhando de 60 a 70 horas semanais", declarou.
Musk, a pessoa mais rica do mundo, virou presidente-executivo do Twitter depois de comprar a empresa no mês passado em um negócio de US$ 44 bilhões.
Em resposta a uma pergunta sobre preocupações com o futuro da empresa, feita após o envio da mensagem anunciando o fechamento dos escritórios, Musk tuitou:
"As melhores pessoas vão ficar, então não estou muito preocupado."
Em postagens separadas, ele tuitou um emoji de caveira e ossos cruzados e um meme mostrando uma lápide com o logotipo do Twitter.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63675221
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