Topo

Bennu: 'asteroide do apocalipse' tem pequena chance de colidir com a Terra

Satélite OSIRIS-REx capturou imagens super detalhadas do asteroide Bennu em 2019 - NASA/Goddard/University of Arizona/Lockheed Martin
Satélite OSIRIS-REx capturou imagens super detalhadas do asteroide Bennu em 2019 Imagem: NASA/Goddard/University of Arizona/Lockheed Martin

Em Los Angeles

12/08/2021 04h04

O asteroide Bennu, de 500 metros de diâmetro e uma das maiores ameaças espaciais conhecidas, pode colidir com a Terra a partir de 2135, embora a probabilidade seja "extremamente pequena".

A missão OSIRIS-REx, da Nasa, conseguiu prever a trajetória de Bennu para os próximos séculos, com uma precisão de 2 metros, e estimou que em 2135 o asteroide passará mais próximo da Terra do que a própria Lua.

A partir desse momento, ele poderá atravessar um "buraco de fechadura gravitacional" que mudaria sua trajetória e o levaria diretamente para a Terra.

Um buraco de fechadura gravitacional é uma região do espaço onde a gravidade de um planeta altera a órbita de um asteroide. E, de acordo com os modelos da Nasa, há poucos desses buracos com os quais os humanos devem se preocupar.

"Temos que ter em mente que a probabilidade de impacto, em geral, é realmente pequena", explicou Davide Farnocchia, autor principal do estudo, em uma entrevista organizada pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra, da Nasa.

A chance de o temido impacto entre Bennu e a Terra acontecer até o ano 2300 é de 1 em 1.750, uma porcentagem de 0,057%.

O ponto de risco máximo em um único dia será 24 de setembro de 2182, com uma probabilidade de 0,037%.

"Agora temos apenas dois buracos de fechadura gravitacionais de mais de um quilômetro para considerar", disse Farnocchia, que acredita que, embora Bennu ignore a maioria dos outros "buracos", a possibilidade ainda existe.

Apesar da pequena chance de impacto, a Nasa anunciou a missão Dart, que visa projetar uma espaçonave de meia tonelada que possa mudar a trajetória de asteroides ao se chocar com eles ou com uma de suas "luas".

"Devemos lembrar que o risco de Bennu como asteroide individual é menor do que o risco de objetos não descobertos de tamanho semelhante. É por isso que a Nasa está fazendo um grande esforço para descobrir mais de 90% dos objetos próximos da Terra com mais de 140 metros", concluiu Farnocchia.

A proteção do planeta parece marcar um novo estágio na corrida espacial.

Há algumas semanas, a China planejava lançar 23 foguetes para desviar Bennu, que está agora a mais de 320 milhões de quilômetros da Terra.

Já os EUA lançaram a missão OSIRIS-REx em 2016 para estudá-lo e aprender mais sobre como funcionam os asteroides.