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Google anuncia mudanças no Android para reforçar privacidade dos usuários

16/02/2022 18h53

Washington, 16 fev (EFE).- O Google anunciou nesta quarta-feira que nos próximos anos realizará mudanças na ferramenta de identificação dos usuários do sistema operacional para smartphones Android, uma movimentação que lembra a implementada pela Apple no ano passado e que gerou críticas de anunciantes.

No blog corporativo, o vice-presidente do Google para segurança e privacidade do Android, Anthony Chavez, revelou o início do que chamou de "iniciativa plurianual" para equipar o sistema operacional com novas ferramentas de publicidade para proteger ainda mais a privacidade dos usuários.

Mais especificamente, o objetivo é limitar o compartilhamento de dados de usuários com terceiros (empresas de publicidade, por exemplo) e operar sem códigos identificadores que são compartilhados entre diferentes aplicativos.

Além disso, o Google disse que está explorando tecnologias para reduzir o risco de aplicativos que coletam secretamente dados dos usuários.

Chavez afirmou que a meta é melhorar a privacidade dos usuários "sem colocar em risco o acesso a conteúdos e serviços gratuitos", uma vez que o preço que os usuários da internet pagam em muitos casos para acessar estes serviços é a transferência consciente ou inconsciente dos seus dados pessoais.

Enquanto a mudança lembra a da Apple no ano passado, o Android criticou os concorrentes sem citá-los diretamente, dizendo que "outras plataformas escolheram um caminho diferente que restringe agressivamente as tecnologias atualmente utilizadas pelos criadores e anunciantes".

"Acreditamos que estes caminhos podem acabar sendo ineficazes e resultar em cenários piores para a privacidade dos usuários e para os criadores", diz o texto.

Em abril do ano passado, a Apple lançou a atualização do sistema operacional iOS 14.5 para iPhone, com uma nova política de privacidade que dá mais controle ao usuário e dificulta a vida dos anunciantes na internet.

Desde a atualização, todos os aplicativos móveis devem solicitar e receber permissão dos proprietários de iPhone que tenham a nova versão instalada se quiserem rastrear os seus dados através de portais de terceiros.

Por sua vez, é possível verificar, em qualquer momento, quais os aplicativos que receberam permissão para acompanhá-los na navegação online.

Se os utilizadores assim desejarem, podem alterar estas preferências e determinar as permissões no menu de definições do iPhone ou do iPad, e até mesmo negar o acompanhamento de todos os aplicativos de uma só vez.

As alterações na política de privacidade do iPhone foram desastrosas para uma empresa que vive principalmente da publicidade na internet, como a Meta (proprietária de Facebook e Instagram), cujo valor na bolsa de valores caiu mais de US$ 300 bilhões nos últimos meses, como resultado. Um movimento semelhante por parte do Android poderia aprofundar ainda mais os problemas da empresa. EFE