Mesmo compactas, câmeras amadoras têm qualidades de profissionais; veja modelos

Se você é fã de eletrônicos, você tem muito pelo que agradecer no jantar de Ação de Graças deste ano: o surgimento de aparelhos com tela de toque fáceis de usar. Um presidente-executivo sensível na Hewlett-Packard. Angry Birds.

E se você for fã de câmeras, pode dar graças pela chegada de três das melhores câmeras já feitas: a Sony NEX-7, Samsung NX200 e Canon S100.

Por que essas câmeras são tão espetaculares? Porque fornecem as melhores fotos possíveis com os menores aparelhos possíveis. Elas não envolvem artifícios bobos; elas envolvem a colocação dos maiores sensores de imagem nos menores corpos.

A série NEX de um ano da Sony conquistou muita gente e vendeu muitas câmeras. O conceito ousado: inserir um sensor de tamanho profissional (tamanho APS-C, a mesma coisa que você encontraria, digamos, em uma Canon Rebel) em câmeras cujo corpo cabe em um bolso de jeans.

Mesmo com a lente, o resultado é metade do tamanho e peso de uma SLR tradicional, produzindo fotos com mesmo resultado fotográfico deslumbrante. (As câmeras NEX são ainda menores do que as populares câmeras Micro Four Thirds da Panasonic e Olympus –mas o sensor é 60% maior.)

Mas sempre existem sacrifícios. Em todos os modelos NEX anteriores, você tinha perdido o flash embutido. Também foi perdido o visor óptico –é preciso compor a foto usando apenas a tela. E também foi perdida muita praticidade; com pouco espaço para botões físicos, as câmeras NEX exigiam os controles terrivelmente ineficientes na tela.

“Olha, nós sabemos que ficaria mais caro”, reclamaram as massas interessadas por fotografia. “Mas e se disséssemos ‘dane-se o preço’? Não daria para colocar um visor óptico, um flash e alguns controles físicos? Isso seria o máximo!”

E então a Sony voltou para a prancheta de desenho e veio com a NEX-7, cuja chegada aos Estados Unidos foi adiada devido às enchentes na Tailândia. (A Sony diz estar trabalhando ininterruptamente para acelerar a fabricação.) Seu preço é realmente chocante US$ 1.200 apenas pelo corpo, US$ 1.400 com lente de zoom 3X. Mas para um bolso profundo e cheio de paixão, ela realmente pode ser o máximo.

Esta câmera é linda. Metal preto, algo que James Bond carregaria. Mas aqui está ele, um flash embutido que abre. Ele não iluminaria um estádio de futebol, mas é bom para temas a até 2,4 metros de distância.

Mais importante, agora há um visor óptico. É de um tipo eletrônico –você não está espiando por vidro, mas em uma tela minúscula– mas é incrível. É o visor eletrônico mais claro e nítido que você já usou. Com três vezes mais pixels do que os visores LCD habituais, olhar por ele fica incrivelmente próximo de olhar por um visor puro de vidro. Ele tem todas as vantagens de ser eletrônico; por exemplo, você vê os efeitos das mudanças de ajuste antes de tirar a foto.

E sim, há mais controles físicos. Há, de fato, três seletores giratórios, distribuídos de modo inteligente e conveniente, e você pode ativar funções simultâneas úteis neles. Por exemplo, no modo manual, é possível controlar a abertura do diafragma, outro a velocidade e o terceiro o ISO (a sensibilidade à luz). Imagine poder ajustar todos os três no ato, sem precisar abrir nenhum menu –ou nem mesmo tirar o olho da câmera. Fantástico.

Agora há nove lentes disponíveis na série NEX: macro, olho de peixe e telezoom entre elas. Uma delas está disponível apenas para a NEX-7: uma bela lente Zeiss f/1.8 sem zoom de US$ 1.000. Esse lance de f/1.8 significa que ela permite a entrada de muita luz e cria um fundo deliciosamente estourado.

A NEX-7 é uma peça de engenharia notável. Sua tela inclina para cima ou para baixo para facilitar os ângulos. Ela tira fotos magníficas de 24 megapixels sob quase quaisquer condições. É infinitamente ajustável (e exige muito o que aprender).

Ela também preserva a característica mais frustrante de suas irmãs NEX: você ainda não pode mudar os modos, mesmo do Auto para Program, sem entrar nos menus na tela. Isso é particularmente ineficiente se você adorar entrar e sair do incrível modo Sweep Panorama da Sony.

Bem, a NEX-7 pode ser a câmera mais desejada do ano, mas é possível obter muito do que ela tem a oferecer em pacotes menos luxuosos. Veja a NEX-5N, por exemplo. Pela metade do preço (US$ 700 com a lente 3X), esse modelo de 16 megapixels bate os mesmos 10 quadros por segundo (desde que não precise mudar o foco) e grava os mesmos ótimos vídeos de alta definição de 1080p. Ela tem tela de toque, mas não tem flash, e uma versão de encaixar do incrível visor OLED. Mas ela também enfrenta o sistema desajeitado de mudança de modo.

Felizmente, há uma alternativa: a Samsung NX200 (US$ 900 com lente 3X). Como os modelos NEX, esta câmera tem um corpo que cabe no bolso, mas contém um sensor pleno APS-C em seu interior; ela também tira fotos e grava vídeos em 1080p. Mas aqui, os controles na tela não são um problema –eles são a melhor parte. Por exemplo, um único apertar de botão convoca o Painel Inteligente: uma grade de 16 opções de ajuste que você pode mudar com um rápido mover de um dial. Muitas das 10 lentes disponíveis da Samsung oferecem um botão iFunction no cilindro –basta um apertar para mudar o ajuste de sua escolha, como abertura, velocidade, exposição e assim por diante.

A NX200 pode tirar 30 fotos por segundo de 5 megapixels cada, ou sete fotos por segundo em resolução plena de 20 megapixels. E oferece (aleluia!) a mesma função panorâmica que as câmeras Sony fazem magnificamente.

Infelizmente, aqui também não há flash embutido ou visor óptico. (Um flash de encaixar vem na caixa.) E as lentes são grandes –maiores do que as da Sony. Resumindo, você tem um pacote comparável ao da Sony NEX-5N, mas pagando US$ 200 a mais pelo sistema de menu superior. Pense seriamente em sua escolha.

As câmeras Sony e Samsung são câmeras micro SLR fantásticas, mas suas lentes as impedem de ser guardadas no bolso. Até o momento, a física tem impossibilitado a colocação de um sensor de tamanho pleno em uma câmera de bolso.

Em vez de ter um sensor de tamanho pleno no menor corpo possível, a nova S100 da Canon contém o maior sensor possível em um corpo de tamanho de bolso. Como suas incríveis antecessoras, a S90 e a S95, você nunca imaginaria que esta câmera compacta elegante, preta, metálica, esconde um sensor com 88% mais área do que a maioria dos sensores de câmeras de bolso. E ela tem lentes f/2.0, uma raridade entre as câmeras de bolso, que oferece melhores fotos em baixa luminosidade e, às vezes, aquele efeito de fundo estourado.

(Infelizmente, você tem f/2.0 apenas na posição de ângulo impressionantemente aberto de 24mm da câmera. Mas ao dar um zoom total de 5X, ela cai para decepcionantes f/5.9.)

Esta câmera custa mais que o dobro do preço habitual de uma câmera de bolso (US$ 430), mas a qualidade de suas fotos deixa as outras câmeras muito para trás.

O que há de novo na S100? Velocidade. Um novo processador pode registrar oito quadros por segundo ou realizar filmes de câmera lenta de 120 quadros por segundo. Um novo sensor de 14 megapixels que se sai melhor em baixa luminosidade. Agora você pode realizar zoom enquanto grava um vídeo. Como esta câmera realiza zoom 5X e faz vídeo de 1080p com som estéreo, há menos motivos para ter uma câmera de vídeo de fato. Mais para amar: um filtro digital de densidade neutra que reduz a luz em cenas extremamente claras; o famoso anel de controle da lente (controle o ajuste de sua escolha –exposição, abertura, velocidade, qualquer coisa) e um chip GPS que estampa a localização de cada foto.

Assim como suas antecessoras, o preço doloroso que você paga por toda essa mágica (além do alto preço financeiro) é a duração da bateria. Você só consegue 200 fotos por carga, o que é o mínimo para câmeras. Leve uma sobressalente.

Mas, nossa! Que instrumento fotográfico! Que cores, nitidez, riqueza de tons! Há dias em que a S100 parece incapaz de estragar uma foto.

Como a Sony NEX-7, Sony NEX-5N e Samsung NX200, a S100 proporciona algo muito especial: qualidade de fotos que costumava exigir câmeras muito maiores, corpulentas e pesadas.

Vamos dar graças por tudo isso.