Gadgets ''malucos'' (e úteis) incluem jaqueta ''Transformer'' e mastro para câmeras; veja

De vez em quando surge um produto tecnológico tão brilhante que ele provoca mudanças duradouras. Mas hoje não é dia de falar de tais produtos.

Na maioria das vezes, as novidades que aparecem são interessantes, mas bem mais modestas. São esses os produtos que acabam na minha lista intitulada “avaliar algum dia”. A lista vai crescendo, olhando para mim e mexendo com a minha consciência culpada, até eu não aguentar mais e escrever uma coluna sobre ela.

Senhoras e senhores, aqui está a Coluna de Faxina de Primavera da Lista de Dave.

Jaqueta Scott Evest Transformer (US$ 160)

Bem, uma coisa é certa: você jamais reclamará novamente de que não consegue encontrar um bolso vazio para colocar as suas coisas. Essa jaqueta projetada com obsessão (nas cores cinza, vermelho ou preto) traz 20 bolsos.

Cada um deles possui um pequeno rótulo, de maneira que você sabe onde fica cada coisa, e um zíper. Há bolsos para o seu telefone celular (com revestimento que permite toques de tela). Óculos (com um pano de limpeza preso por uma tira). Chaves (com uma presilha). Garrafa d'água. Carteira. Canetas.

Ele traz até – e eu não estou brincando – um bolso para iPad na parte anterior interna. Essa poderá ser a primeira jaqueta da história que precisa ser acompanhada de um manual de instruções.

Assim como as Scott eVests anteriores, essa jaqueta possui um sistema de canais que conduz pequenos fones de ouvido (do tipo earbuds) para a gola. A novidade é que as mangas são removíveis, o que permite transformar a jaqueta em um colete.

As mangas são afixadas ao colete por um anel de ímãs possantes situado à altura dos ombros. O usuário pode colocá-las ou retirá-las sem ter que remover a jaqueta ou ver-se privado dos seus objetos. As mangas formam uma peça única, sendo conectadas por uma peça na parte anterior da jaqueta. É claro que também há um bolso para elas.

A única questão pendente é a seguinte: por que uma pessoa que não é obcecada por tecnologia iria se importar tanto assim com a moda para comprar uma jaqueta incrementada por US$ 160?

Polester (US$ 230)

Alguém tinha que inventar isso: um mastro de fibra de vidro de cinco metros de comprimento para câmeras fotográficas. A ideia é possibilitar que você tire as suas fotos lá do alto, sem precisar subir em nada (a minha parte favorita dessa história é o nome do inventor do Polester: Jim Polster).

Esse produto exige muito trabalho de montagem e manipulação. Ele tem um disparador ativado por um fio, de forma que você não ficará dependendo do temporizador da câmera.

As câmeras mais pesadas poderão fazer com que esse mastro oscile um pouco. E, é claro, o usuário será obrigado a adivinhar qual será a composição da foto. A menos que os olhos dele saltem das órbitas como os de um personagem de desenho animado, não há como ver a tela lá de baixo. E, para o usuário de uma câmera comum, US$ 230 é muito dinheiro a ser desembolsado por esse acessório (embora haja também um modelo de três metros de comprimento, que custa US$ 200).

Mas se você fizer parte de um dos nichos de usuários do Polester – inspetor de telhados, fotógrafo de casamentos, corretor imobiliário ou usuário criativo de qualquer tipo – esse acessório colocará a sua câmera em um lugar aonde nenhum outro fotógrafo ousará ir.

Rádio despertador Ivee Flex controlado pela voz (US$ 60)

Você conhece o Siri, o sistema de controle por voz do iPhone 4S? Um dos grandes feitos dele é reduzir o número de passos necessários para programar o alarme do telefone celular. O usuário pode dizer algo como “me acorde em 45 minutos”, ou “programe o alarme para as 7h30”, ou qualquer outra coisa – e pronto.

Mas não é necessário um telefone sofisticado para que se consiga fazer tal façanha. Esse rádio relógio simples, de plástico, com dígitos grandes, é controlado pela voz. Você pode acertar a hora ou programar os dois alarmes, checar a hora e a data, escolher um som para o alarme, ativar um som que o faça dormir (por exemplo, o som do oceano ou de uma cascata), programar um temporizador ou modificar toda a programação – tudo isso por meio da voz.

O melhor disso tudo é que o relógio está sempre ouvindo; você não precisa tocar primeiro em nenhum botão. De uma distância de até 3,5 metros, o usuário pode dizer “Alô, Ivee”, para contar com a atenção do aparelho. Ele responde, “Sim?”, ou, “O comando, por favor”. A seguir você diz para o aparelho: “Programe o alarme número um”. Uma voz feminina de sotaque britânico retruca: “Por favor, me diga a que horas você gostaria que o alarme número um soasse”. Daí você diz, “7h35”, ou qualquer outro horário.

Porém, o Ivee não é nenhum Siri. Essa história de “Oi, Ivee” cansa muito rapidamente. Você só pode falar quando o aparelho não está dizendo algo. Ele às vezes responde, erradamente, a conversas aleatórias. E seria bom se fosse possível programar o alarme com uma única palavra, ao invés de frases inteiras (“Programe o alarme 2 para as 8h”). Mas, tirando isso, a precisão do reconhecimento de voz do aparelho é de 100%, os comandos são lógicos e o sistema de ajuste por fala sem dúvida supera a tarefa complicada de lidar com os vários botões de um relógio despertador tradicional.

Lente Sigma grande angular com zoom 8-16 mm (US$ 700)

Um dos motivos pelos quais você comprou uma câmera SLR foi o fato de ela permitir que o usuário troque de lentes para obter diferentes efeitos fotográficos.

Segundo a Sigma, essa é a maior lente grande angular no mercado para câmeras dotadas de sensores APS-C (ou seja, câmeras SLR que custam menos de US$ 1.000). Ela é equivalente a uma objetiva de 12-24 mm em uma câmera de 35mm. A lente pode ser adquirida em versões distintas para câmeras Nikon, Canon, Sony, Pentax ou Sigma.

Esta não é uma lente do tipo olho de peixe, portanto, ela não distorce esfericamente as imagens. Mas ela é capaz de capturar uma grande parcela do mundo à sua volta (o ângulo abrangido é de 121 graus). Fotos de interiores fazem com que qualquer aposento pareça ser enorme. As fotos panorâmicas são tão amplas que você precisa praticamente virar a cabeça para ver tudo. E, conforme disse um cliente da Amazon, “Não há nada como ser capaz de colocar o Edifício Chrysler inteiro em uma única foto tirada do outro lado da rua”.

O elemento de vidro frontal forma uma protuberância, de forma que não é possível instalar filtros, e por algum motivo a tampa da lente exige um adaptador adicional. Quando usamos o maior ângulo possível, ocorre alguma distorção nas bordas das fotografias. A lente é um pouco “lenta”, o que significa que ela não é lá essas coisas em condições de baixa luminosidade. E, é claro, ela é cara.

Mas a qualidade das imagens é excelente. E à vezes uma grande angular é muito útil.

STRIIV (US$ 100)

O mundo está cheio de pedômetros de alta tecnologia, que usam acelerômetros internos para medir a nossa atividade física e tentar motivar-nos a nos exercitar mais. Há o bracelete Jawbone's Up, o FitBit, o Philips DirectLife e outros. Bem, eis aqui mais um. Este é um chaveiro de 7,62 centímetros para ser levado no bolso ou na bolsa ou para ser usado preso à calça por um clipe durante o dia inteiro.

A tela de toque colorida faz toda a diferença: não é necessário conectá-lo a um computador para ver os resultados, de forma que a gratificação é imediata. Desafios pré-programados, videogames (com músicas e sons) e gráficos nos encorajam a andar um pouco mais e a subir mais alguns lances de escada. Um aplicativo walkathon permite que você obtenha créditos que vão para programas filantrópicos, de maneira que você se sentirá bem de várias formas.

Comparado aos rivais do Striiv, este aparelho enfatiza menos os dados. A ideia é gerar mais motivação. Mas no que se refere à manter a forma, isso vale a pena.

Pincel Nomad para iPad (US$ 25)

A tela do iPad foi projetada para responder apenas a toques de dedos. Não dá para operá-la com uma caneta ou palito.Para pessoas com pendores artísticos, isso é muito ruim. Como instrumento de pintura, os dedos não têm muita delicadeza ou finesse.

De alguma maneira, a Nomad descobriu como fazer um pincel que funciona no iPad. Você pode usar qualquer aplicativo de pintura ou desenho. O pincel é bem sensível, e ele funciona de forma suave e precisa (para vê-lo em ação, faça uma busca no YouTube por “nomad ipad”).

As cerdas são feitas de fibras suaves semelhantes a pelos de crina de cavalo; vários estilos de empunhadura estão disponíveis para o usuário. Com esse dispositivo você poderá fazer muito mais do que pintar, é claro. É possível operar o iPad inteiro com ele, e algumas pessoas na verdade acham que ele funciona melhor do que as mãos para fazer isso (isso sem dúvida nenhuma é verdade quando o usuário está usando luvas ou comendo).

Bem, isso é tudo para esta rodada. Seis novos produtos. Talvez nenhum deles mereça a luz dos holofotes, mas juntos eles fazem jus a pelo menos uma foto em grupo. Feliz faxina de primavera!