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Gadgets criam rede Wi-Fi para você ''levar no bolso''; saiba como funcionam

David Pogue

Do New York Times

23/03/2012 12h34

Ah, a internet! Fonte de tanta coisa boa. Fonte do e-mail, das notícias, de bate-papo, televisão, blogs, livros e Facebook. Como viveríamos sem ela? Se você é como a maioria das pessoas, você sabe perfeitamente bem: quando você sai de casa e chega à rua, você já fica fora da zona do Wi-Fi. Fica completamente offline ou consegue acessar a internet pela minúscula tela de um smartphone.

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    O MiFi, uma minúscula base com energia própria, cria uma bolha de Wi-Fi a partir do seu bolso ou bolsa. Laptops, iPads e iPods Touch que estiverem próximos conseguirão se conectar à internet em qualquer lugar


Há outro jeito. Você pode comprar um hot spot de banda larga, como o MiFi, uma minúscula base com energia própria, que cria uma bolha de Wi-Fi a partir do seu bolso ou bolsa. Laptops, iPads e iPods Touch que estiverem próximos conseguirão se conectar à internet, aonde quer que você esteja.

Esses hot spots celulares são companheiros fantásticos em longas viagens de carro, reuniões fora de casa, gravações externas, quiosques de feiras, quartos de hotel, praias, aviões presos na fila para decolar e em todos os lugares onde o Wi-Fi é caro ou inexistente. Infelizmente, os hot spots da Verizon ou da AT&T custam pelo menos US$ 50 por mês (em torno de R$ 90).

HotSpot 4G

A partir desta semana, haverá uma nova opção da NetZero. Talvez não mude o jogo, mas com certeza mudará algumas das regras.

Você compra o HotSpot 4G da NetZero – um tablet de plástico preto atraente, com uma tela cinza pequena – por US$ 100. Com ele, você terá internet sem fio gratuita pelo primeiro ano e pagará até US$ 10 por mês depois disso. São números impressionantes. Se você fizer as contas, US$ 10 por mês é bem menos que US$ 50 por mês.

Para tornar as coisas ainda mais suculentas, este é um hot spot 4G. E isso significa que você consegue acesso à internet extremamente rápido em grandes cidades. Em meus testes em Boston, Nova York e San Francisco, os downloads ocorrem em 5 a 10 megabits por segundo. É praticamente o que se tem em casa com um modem básico via cabo.

Agora, se você reconhece o nome NetZero, talvez você se lembre do serviço original da empresa, de 15 anos atrás: Internet gratuita em casa, fornecida a você graças a anúncios na tela.

Infelizmente, com o tempo, o plano da NetZero foi ficando cada vez pior. Primeiro, começou a cobrar tarifas se você ficasse online mais de 40 horas por mês, depois, 10 horas por mês. O MiFi ilimitado de US$ 40 da Virgin Mobile de 2010 teve destino similar.

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    Você compra o HotSpot 4G da NetZero, um tablet preto com uma tela cinza pequena, por US$ 100

O ponto é que esses planos podem mudar a qualquer momento. Esta é a primeira preocupação.

O segundo é que o hot spot da NetZero é 4G, mas é só 4G. Assim que você sai das áreas servidas por uma rede 4G, você perde a conexão. O NetZero não tem um acesso 3G como plano de emergência.

Isso é um problema, porque os aparelhos e a cobertura da NetZero são fornecidos pela Clearwire, que está construindo uma rede de 4G nacional há anos. (O HotSpot da NetZero é um Clear Apollo com outro nome.)

A cobertura 4G nacional da Clearwire está disponível apenas em 70 cidades. Ou seja, não mergulhe de cabeça antes de olhar os mapas de cobertura em www.clear.com/coverage; você pode acabar gastando US$ 100 em um aparelho que não vai funcionar em sua área.

Por fim, os preços impressionantes da NetZero incluem quantidades não tão legais de uso de internet. Naquele primeiro ano em que o serviço é gratuito, você pode transferir apenas 200 megabytes de dados por mês, o que é suficiente apenas para verificar diariamente os e-mails e uma ocasional página da Web. Quando você começa a baixar aplicativos ou assistir vídeos, acabou.

Aí, tem o plano de US$ 10. Este compra apenas 500 megabytes -novamente não é grande coisa, se você for um usuário ativo.

A NetZero também oferece planos de US$ 20 (1 gigabyte), US$ 35 (2 gigabytes) e US$ 50 (4 gigabytes). Aí, no nível de US$ 50, o aparelhinho da NetZero é um pior negócio do que o da Verizon (US$ 50 por 5 gigabytes).

Isso não quer dizer que a oferta da NetZero não preste. Ela tem duas vantagens sobre as propostas da Verizon/AT&T: primeiro, não tem contrato de dois anos. Com uma ligação 1-800-NET-ZERO, você pode ativar ou desativar o serviço mensalmente, conforme for sua necessidade. Por exemplo, você talvez o ligue apenas durante os meses de verão, quando está viajando.

Segundo, você pode comprar pacotes menores e menos caros. Você paga mais por megabyte de uso, mas não é obrigado a comprar tantos megabytes. É como se a NetZero estivesse dando a opção de comprar um cotonete em vez de um pacote com 500.

Outras opções

Ainda assim, a NetZero é apenas uma das possibilidades em um mundo cheio delas. Vale a pena conhecer suas opções:

Clearwire: Em www.clear.com, você pode comprar hot spots de bolso que permitem que você pague por hora, não por megabyte de dados transferidos que, vamos ser francos, é o sistema de medição mais idiota do mundo. Como você vai saber quantos megabytes são usados por uma certa página da Web ou sessão de e-mail?

Você pode pagar US$ 5 por uma sessão de duas horas, US$ 10 por um dia, US$ 25 por uma semana ou US$ 50 por mês. Se você estiver disposto a aguentar uma velocidade bem mais lenta -suficiente para e-mail e Web, mas não para vídeos- você pode pagar US$ 35 por mês.

Novamente neste caso, os hot spots são apenas 4G, e só funcionam nas 70 cidades da Clear. Mas se você mora em uma delas, a Clear é um companheiro natural para, digamos, um iPad. Você poupa US$ 130 comprando um modelo de iPad para Wi-Fi e sua tarifa de US$ 50 por mês cobre dados ilimitados em vez de apenas 5 gigabytes.

Verizon: É o carrão dos hot spots. O MiFi é gratuito com um contrato de dois anos. E é um hot spot de 4G LTE, ou seja, muito mais veloz do que o da Clear ou da NetZero, e a Verizon cobre muito mais dos Estados Unidos com o sinal LTE do que qualquer outra provedora.

O preço por megabyte é bem bom, mas você tem comprar muitos: US$ 50 por mês para 5 gigabytes, US$ 80 por 10.

AT&T: A versão da AT&T do MiFi custa US$ 70 com um contrato de dois anos. O pacote de serviço começa igual ao da Verizon: US$ 50 por mês por 5 gigabytes de dados; cada gigabyte adicional custa US$ 10.

Sprint: Você recebe o MiFi de graça, ou um Sierra Overdriver mais volumoso por US$ 50, com um contrato de dois anos. As tarifas mensais são de US$ 35 (por 3 gigabytes), US$ 50 (por 6) e US$ 80 (por 12); todas essas tarifas são melhores do que as da Verizon ou AT&T, mas é claro que a rede da Sprint não é tão boa. O que é bom sobre essas opções da Sprint é que usam o 4G quando está disponível, mas voltam ao 3D quando necessário.

Tethering: Se você tiver um telefone tipo iPhone ou Android, por exemplo, você pode pagar à sua prestadora um adicional de US$ 20 ou US$ 30 para ativar o modo tethering. Neste caso, o próprio telefone age como um hot spot, convertendo o sinal do celular em um sinal Wi-Fi como fazem os MiFi, beneficiando seu laptop ou tablet. Esses US$ 20 dão direito dois gigabytes extra de dados por mês.

O que é bom sobre o tethering é que você não precisa se preocupar em levar e carregar outro aparelho -só o seu telefone. O que não é tão bom é que, nesse modo, a carga do telefone acaba em duas horas.

USB: Um hot spot de bolso permite que diversos laptops ou tablets se conectem simultaneamente (oito, no caso da NetZero/Clear). Mas se você só quer conectar seu laptop, você pode comprar uma espécie de pen-drive que é um hot spot de porta USB. Todas as empresas que vendem hot spots oferecem essa opção; os planos são iguais.

Integrados aos laptops: Alguns netbooks vêm com modens de celular integrados, ou seja, você tem que fechar um contrato de dois anos com uma empresa de telefone quando você o adquire. Essa ideia parece estar morrendo, porém.

Ah, a internet! A fonte de tanta coisa boa -e lentamente, muito lentamente, de acessos mais baratos.