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Sindicato dos trabalhadores de TI pode ir à Justiça por aumento e não descarta greve

ANA IKEDA || Do UOL Tecnologia

04/02/2011 19h33

Em busca de aumento salarial, o Sindicato dos Trabalhadores de TI (Sindpd) do Estado de São Paulo aguarda uma nova proposta por parte das empresas do setor, representadas pelo Sindicato das Empresas de Processamento de Dados (Seprosp). As negociações chegaram a um impasse, depois da quarta reunião entre as duas entidades, na última segunda (31). O Sindpd não descarta a paralisação dos trabalhadores e deve entrar com uma ação de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho na próxima semana.

Segundo Antonio Neto, presidente do Sindpd, a última proposta apresentada está longe de atender as três principais cláusulas reivindicadas: 13,47% de aumento salarial, vale-refeição de R$ 15 e Participação em Lucros e Resultados de 80% do salário nominal, acrescida de R$ 200. “O ano de 2010 foi muito positivo para as empresas, que cresceram até 15%, e entendemos que esse lucro tem de ser compartilhado com os trabalhadores”, explicou Neto, em entrevista ao UOL Tecnologia.

“O reajuste de 6,47% segundo o INPC oferecido pelo Seprosp é insuficiente, perto da receita líquida dessas empresas, que teve aumento na casa dos 10%”, protestou o sindicalista. Neto explicou que, em 20 anos de existência do Sindpd, em apenas duas ocasiões foi necessário recorrer à Justiça do Trabalho para conquista do aumento salarial.

Ele espera que o bom senso prevaleça e que se esgotem todos os meios de negociação possíveis, antes da necessidade de realização de uma greve dos trabalhadores. “Sempre há possibilidade de paralisação e temos esse direito garantido em lei. Em certas empresas, há muitos funcionários exaltados, recebendo vale-refeição no valor de R$ 6. Mas acredito que esta é uma categoria muito consciente e coerente”, contemporizou.

O sindicato paulista, que tem 40 mil associados, vai realizar assembleias em todo o estado e tentará acordo diretos com empresas que estejam dispostas a atender as cláusulas propostas pelos trabalhadores.

Procurado, o presidente do Seprosp, Luigi Nese, não retornou o contato até a publicação desta reportagem.