Especialistas opinam sobre futuro do Flash com a expansão do HTML 5
No final de maio, o World Wide Web Consortium (W3C), consórcio que discute e desenvolve os padrões para as linguagens da web, convocou programadores e entusiastas do mundo inteiro para uma ampla revisão na linguagem HTML5. A reavaliação dos códigos, com o propósito de encontrar brechas e incompatibilidade no sistema, deve acontecer até o dia 3 de agosto. Após esse período, espera-se um código mais uniforme e menos instável, capaz de reproduzir vídeos, áudios, infográficos e conteúdo publicitário. Mas afinal, a tão falada HTML 5, apontada como a matadora do Flash, é realmente capaz de fazer tudo o que o Flash faz?
Logo oficial da liguagem HTML 5
A resposta paradoxal para o questionamento do parágrafo anterior é “sim” e “não”! Desde que Steve Jobs declarou publicamente que não utilizará o plug-in do Flash em dispositivos móveis da Apple, em maio de 2010, o HTML 5 tem sido a menina dos olhos dos programadores e empresários. Isso se deve a um motivo muito simples: a linguagem HTML 5, que é uma evolução natural e praticamente inevitável da linhagem HTML, é capaz de incorporar em seu código elementos multimídia, como vídeos, gráficos e animações em 2D, dispensando assim a necessidade de se instalar, em alguns casos, o velho conhecido plug-in do Flash. Em outras palavras, você poderia ver vídeos e animações no iPad sem restrições, por exemplo.
Hoje, a tecnologia é limitada e, apesar de sites como o YouTube e Vimeo oferecerem suporte a linguagens alternativas, a maior parte do conteúdo publicitário e animado dos sites (isso inclui infográficos aqui do UOL) é feito para ser executado com plug-in do Flash, cuja dona é outra gigante da tecnologia, a Adobe. Se o HTML 5 for incorporado massivamente e de forma unificada para essas finalidades, esse conteúdo poderá ser executado livremente, sem a necessidade de se instalar um plug-in baseado em uma linguagem proprietária.
Mesmo com a congruência de funcionalidades, confrontar o Flash com o HTML5 é um erro. É necessário fazer a distinção entre o software Flash e o plug-in, que é um recurso adicional para navegadores que permite que o conteúdo multimídia seja executado em uma determinada linguagem.
Especialistas ouvidos pelo UOL Tecnologia não acreditam no fim do Flash -- fala-se, entanto, no fim de plug-in que hoje precisa ser instalado para rodar conteúdo nessa linguagem. “O plug-in do Flash deve entrar em extinção a longo prazo. Isso não quer dizer que o software Flash irá desaparecer. Provavelmente a Adobe irá direcionar cada vez mais seu software para ‘conversar’ com a linguagem HTML5”, afirma Renato Bongiorno, coordenador dos cursos técnicos de tecnologia da informação do Senac São Paulo. A Adobe segue essa mesma direção – sem mencionar o fim do plug-in – com a proposta de suprir as necessidades que o novo padrão não consegue entregar (assim como já acontece com o HTML). Confira a seguir a opinião dos especialistas sobre o assunto.
E o usuário com isso?
Seja qual for o futuro do Flash e do HTML, o usuário só tem a ganhar com a disputa. A Adobe já faz testes com versões do plug-in com suporte a aceleração via GPU (placa de vídeo) o que diminuiria consideravelmente o consumo de processamento e bateria dos dispositivos ao reproduzir conteúdo multimídia. E, claro, como a tecnologia nunca fica estagnada, é provável que novas melhorias surjam a cada dia.
Além disso, o HTML 5 é uma linguagem inovadora, uma evolução do que chamamos de HTML 4, que está em funcionamento há mais de dez anos. Utilizando conjuntamente outros padrões de linguagem gráficos, como o CSS 3, o programador poderá usar e abusar dos novos recursos do HTML 5 para tornar a web ainda mais atraente. Recursos como geolocalização e acesso a aplicativo off-line (armazenamento de conteúdo em cache) por meio do navegador são mais alguns exemplos do que provavelmente veremos na web nos próximos anos.
Confira exemplos bancanas de sites que já usam o HTML 5 em seu código fonte:
Seu navegador está preparado?
O principais navegadores do mercado, principalmente os destinados a computadores, como Chrome e IE 9, já suportam grande parte dos códigos para “ler” o conteúdo produzido em HTML 5. Apesar disso, não há uma unidade comum dessa linguagem entre eles. Veja abaixo dois exemplos do mesmo vídeo em formatos diferentes. Se seu navegador consegue reproduzir os dois vídeos, provavelmente você será capaz de visualizar qualquer conteúdo na web.
O vídeo acima necessita do plug-in do Flash mais atualizado para funcionar. Uma vez que o usuário o tenha instalado no computador, conseguirá reproduzir o conteúdo, independentemente do navegador.