Desconto de eletrônicos na Black Friday do Brasil pode ser menor do que parece
As lojas brasileiras anunciam descontos de até 70% nesta sexta-feira (25), quando os Estados Unidos realizam um dia de megapromoções chamado Black Friday. Para aqueles em busca de pechinchas eletrônicas, os descontos existem (veja abaixo), mas podem ser bem menores do que parecem. Isso porque muitas ofertas têm seu preço inicial inflado, dando ao consumidor a impressão de que ele está economizando um valor maior que o real.
Veja no álbum exemplos de eletrônicos que tiveram seus preços inflados no Brasil:
Um dos exemplos é o notebook VPCEH10EB/W, da Sony Vaio, anunciado no site do Extra. A rede afirma que o preço inicial do produto era R$ 2.099; com o desconto de R$ 416,99, chegou a R$ 1.682,01. No site oficial da Sony Brasil, o notebook custa R$1.899 e uma busca em sites de comparação de preços indica que nenhuma loja cobra os R$ 2.099 divulgados pelo Extra. Ou seja: a economia pode existir, mas não é tão grande quanto o site divulga.
No mesmo site, o mesmo acontece com a câmera digital Sony Cyber-shot DSC-W530/B, que teoricamente tem preço inicial de R$ 999. Nenhuma loja virtual cobra esse valor pelo produto e, na Sony Brasil, o mesmo item sai por R$ 599. Na Black Friday, o Extra anuncia a câmera por R$ 379,05, afirmando que o desconto em relação àqueles R$ 999 é de R$ 619,95.
O Ponto Frio faz o mesmo e anuncia desconto de R$ 1.200 em uma TV de 40” LED da Philips: de R$ 2.999 por R$ 1.799. Uma busca online mostra que em nenhuma loja virtual o modelo 40PFL6606D chega a R$ 2.999; o máximo é R$ 2.499. Isso que faria com que o desconto do Ponto Frio fosse de R$ 700 e não R$ 1.200 – a não ser que a loja realmente cobrasse um valor muito mais alto que todos os seus concorrentes antes dessa sexta.
A loja virtual do Magazine Luiza anunciou desconto de R$ 612 em um smartphone Motorola Milestone 2: de R$ 1.499 por R$ 887 (parcelado) ou R$ 798,30 (à vista). Mesmo fora da Black Friday, o produto pode ser encontrado em outras lojas por R$ 1.299 – R$ 200 a menos do que o preço inicial anunciado pelo Magazine Luiza, “achatando” assim o desconto.
Para aproveitar bem o dia de promoções importado dos EUA, os brasileiros devem pesquisar e ter a certeza de que estão fazendo um bom negócio. O dia pode ser bom, por exemplo, para o consumidor comprar um produto que já estava namorando e sobre o qual tenha uma boa ideia de preço. Com os valores iniciais inflados desta sexta-feira no Brasil, uma compra por impulso pode acabar gerando mais raiva do que economia.
Procon
A Fundação Procon-SP afirmou que vai investigar as lojas brasileiras que “inflaram” preços de produtos na Black Friday.
“É importante que os consumidores façam denúncias para ajudar a subsidiar a documentação sobre as lojas que adotaram esse procedimento”, afirmou a fundação via assessoria de imprensa. As denúncias podem ser feitas pelos consumidores que compraram produtos com preços “inflados” antes do desconto da Black Friday e também por pessoas que se depararam com esses anúncios. O telefone de reclamação do Procon, que também recebe queixas, é o 151 (São Paulo).
As investigações definirão se serão tomadas providências contra as lojas. Segundo a assessoria de imprensa, pode haver uma autuação que gera multa.
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