Topo

Menos de três entre dez vítimas de sexting registram queixa, mostra estudo americano

A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens) - Getty Images
A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens) Imagem: Getty Images

Da Redação

05/12/2011 17h55

Menos de 28% das vítimas adolescentes de sexting – quando vídeos e imagens com conteúdo sexual vazam na internet ou via celulares – informam o incidente a uma autoridade, como pais, professores ou polícia. A pesquisa, publicada nesta terça (5) no “Pediatrics”, jornal oficial dos profissionais de pediatria nos Estados Unidos, traça um panorama da prática por adolescentes entre 10 e 17 anos.

A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens). O termo – que já ganhou até definição no dicionário resume o compartilhamento, via celular, de textos ou imagens de cunho sexual, mas passou a englobar também conteúdo exposto na internet.

Dos casos de sexting investigados pelas autoridades policiais, cerca de 36% de um total de 3.477 envolviam adultos na produção das imagens com conteúdo sexual explícito. Em 62% deles, esses adultos foram presos e processados criminalmente. No entanto, quando envolvendo apenas adolescentes, apenas 36% deles foram presos. Isso demonstra, segundo os pesquisadores, que as autoridades não tratam tão severamente os jovens criminosos como os adultos.

Seis em cada dez imagens de sexting (63%) foram enviadas unicamente por celular e não chegaram a serem publicadas na internet. Imagens encontradas em computadores representaram 37% dos casos e, em sites, 12%.

A entrevista foi feita com 1.560 pessoas, envolvidas em casos de sexting entre 2008 e 2009. Nesse estudo, são consideradas imagens de sexting aquelas em que são mostrados genitais e corpos completamente nus; imagens dos jovens em roupas íntimas, trajes de banho ou completamente vestidos em poses sensuais foram diferenciados da prática.

Entenda

Não há uma data exata de quando a “moda” entre adolescentes americanos e europeus surgiu.

No Brasil, o fenômeno é recente, segundo a Safernet, ONG de defesa dos direitos humanos na internet. No entanto, tem crescido rapidamente. Uma pesquisa feita pela entidade com 2.525 crianças e adolescentes brasileiros em 2009 revelou que já naquela época 12% deles admitiram terem publicado fotos íntimas na internet (o estudo não se restringia a telefones celulares).

Enquanto existem casos em que essas imagens são publicadas sem o consentimento da vítima, há também muitos outros de adolescentes que deliberadamente se deixam filmar e fotografar.