Teste independente questiona proibição do uso de tablets e e-readers em voos nos EUA

Um teste encomendado pelo “Bits”, blog de tecnologia do jornal “New York Times”, está questionando a proibição pela Administração de Aviação Federal dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) do uso de gadgets como Kindles e iPads por passageiros em voos comerciais durante pousos e decolagens.

Durante os testes, feitos pelo EMT Labs, um empresa independente na Califórnia, foi medida a emissão elétrica dos aparelhos em uso. Segundo a FAA, para que um avião seja aprovado para voo, deve suportar até 100 volts por metro de interferência elétrica. 

No caso do Kindle, o teste mostrou que o leitor de livros eletrônico da Amazon emite menos de 30 microvolts por metro enquanto é usado (0,00003 volts). “A energia que sai do Kindle é completamente minúscula e não pode fazer nada para interferir num avião”, explicou Jay Gandhi, chefe-executivo do EMT Labs ao “Bits”.

Mesmo a alegação de que dezenas desses dispositivos reunidos poderiam produzir uma interferência magnética suficiente para atrapalhar o voo é rebatida pelos pesquisadores. “A energia magnética não funciona dessa maneira. Cinco Kindles não emitiriam cinco vezes mais energia que um único Kindle. Se fosse assim, pessoas não poderiam entrar em seus escritórios, com dezenas de computadores, sem usar uma roupa protetora”, explica Kevin Bothmann, gerente de testes do EMT Labs.

Outro ponto questionado pelo “Bits” é a permissão do uso de determinados dispositivos durante pousos e decolagens, como gravadores de áudio. Nos testes, as emissões elétricas desse aparelho foram semelhantes ao do Kindle.

No Brasil, a proibição do uso de dispositivos eletrônicos durante voos e decolagens também existe. Também não é permitido, durante o voo, de dispositivos que não possuam a função de desativação das funções transmissão de dados e celular.