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Com maior acervo da empresa, universidade mantém 'museu da Apple' a portas fechadas

Funcionário confere itens da Apple arquivados pela Universidade de Stanford em San Francisco - Jeff Chiu/AP
Funcionário confere itens da Apple arquivados pela Universidade de Stanford em San Francisco Imagem: Jeff Chiu/AP

Da Redação

29/12/2011 14h35

Um vasto material coletado pela Apple para a criação de um museu com a história da empresa foi doado em 1997, logo após a volta de Steve Jobs à companhia, para a Universidade de Stanford. A coleção foi visitada pela agência de notícias AP e não está aberta ao público: fica em um espaço de cerca de 180 metros cheio de prateleiras fora do campus, em San Francisco – para fazer a visita, a agência concordou em não revelar a localização exata do material.

“A coleção, o maior acervo histórico da Apple, pode ajudar historiadores, empresários e legisladores a entender como uma empresa criada em uma garagem do Vale do Silício virou uma gigante global da tecnologia”, afirma a Associated Press. Quando a Apple fez a doação do material que hoje fica em ambiente climatizado, a universidade retirou da empresa dois caminhões com documentos, livros, software, fitas de vídeo e material de marketing que hoje compõem essa coleção.

Depois disso, Stanford ainda recebeu mais doações da Apple, de ex-funcionários da empresa, de parceiros e de fãs que quiseram adicionar seus próprios itens à coleção. A empresa desistiu de criar seu próprio museu corporativo quando Steve Jobs retornou e passou a fazer reorganizar a corporação, que enfrentava dificuldades financeiras.

Material
Há uma entrevista em vídeo, por exemplo, em que o cofundador Steve Wozniak conta como surgiu o nome da empresa. “Eu me lembro dirigindo pela Highway 85, quando Steve [Jobs] disse ter um nome: Apple Computer. Continuamos pensando em outras alternativas, mas não conseguíamos pensar em nada melhor.” Jobs então acrescenta: “Também havia trabalhado na Atari, e o nome nos colocaria na frente deles na lista telefônica”. O material foi gravado para um vídeo interno em meados dos anos 80.

  • Jeff Chiu/AP

    Curador Henry Lowood, de Stanford, olha uma antiga foto Steve Jobs, que faz parte do acervo

Também há, entre o material, milhares de fotos tiradas por Douglas Menuez, que documentou os anos de Steve Jobs na Next Computer, empresa que o executivo criou após ser expulso da Apple, em 1985. Um vídeo de 1984 imitando o sucesso “Caça Fantasmas” (Ghost Busters) em que Jobs e outros executivos são os “Blue Busters”, em referência à então rival IBM. No acerto está o registro financeiro escrito à mão das vendas do Apple II, um dos primeiros computadores vendidos em massa.

Entre outras preciosidades, relata a AP, aparece um empréstimo de abril de 1976 de US$ 5.000 para a Apple Computer e seus três cofundadores: Jobs, Wozniak e Ronald Wayne, que saiu da companhia menos de duas semanas após ela ser fundada. Também de 1976 é a carta do funcionário de uma gráfica para seus colegas que dizia, entre outras coisas: “Esse palhaço [Jobs] vai ligar para vocês”.  

Segundo a AP, o material inclui ainda fotos antigas de Jobs e Wozniak, o projeto do primeiro computador da Apple, manuais de usuários, anúncios de revistas, comerciais de TV, camisetas da empresa e rascunhos dos discursos de Jobs.

Em um vídeo, a dupla de cofundadores fala sobre o primeiro produto da empresa, o Apple I, lançado em julho de 1976 por US$ 666,66. “Ele não era particularmente útil para muitas coisas, mas era incrível ter seu próprio computador”, disse Jobs.