Sites para compartilhar música evoluem usando ferramentas das redes sociais
Sem disputa direta com o Facebook, outras plataformas estão ganhando espaço como redes sociais. Entre essas novas redes, sites voltados para a publicação e o compartilhamento de arquivos de áudio, como o mixcloud e o SoundCloud, tomam iniciativas para crescer. O SoundCloud, fundado em Berlim em 2007, divulgou no último dia 2 que a empresa norte-americana Kleiner, Perkins, Caufiled & Byers está formando um fundo de investimento em seu nome. O negócio, segundo o site especializado TechCrunch, é avaliado em US$ 50 milhões. Já o londrino mixcloud, que existe desde 2009, em novembro tornou ilimitada a capacidade de cada arquivo publicado -- que antes era de 100 megabytes.
Para Fiervo, presença online ajuda a divulgar trabalho de DJ
Usuários brasileiros notam o crescimento e contam como a afinidade musical está construindo novas relações online. O DJ Fernando Fiervo, de São Paulo, eleito por fãs para abrir o festival Creamfields no Brasil, utiliza o SoundCloud para publicar seus sets. “É onde interajo mais, tenho mais seguidores. Também gosto muito das funções como mensurar quem ouve suas músicas, de onde são essas pessoas.”
Com menos frequência, ele publica seu som no mixcloud. “Conheci bastante gente do meio com essa troca de informações. Os convites para as 'gigs' acabam sendo um reflexo disso tudo, de ter um perfil ativo na rede social, de marcar presença sempre”, explica. Para Fiervo, “o próprio site tem investido bastante em ações para divulgar a rede social”.
Novas funcionalidades
Do Rio de Janeiro, Franklin Costa, dono de uma produtora, utiliza o mixcloud para divulgar os seus "cloudcasts", como o site chama as seleções montadas pelos usuários. “Quanto mais 'feedbacks', maior o estímulo para gravar novos, né?” Ele também nota o crescimento da plataforma. “Creio que isto se deu graças a uma evolução em seu design e funcionalidades, como a criação dos grupos que desenvolvem páginas temáticas”, diz, referindo-se à função que permite encontrar arquivos descritos, por exemplo, como do estilo reggae ou de trilhas de documentários.
Graças a alguns comentários também acabei conhecendo pessoas de outros países e estados, gente que tem mais afinidade comigo do que meu vizinho de porta
Franklin Costa, dono de produtora e DJO SoundCloud, no entanto, tem uma diferença importante. Permite que os ouvintes façam downloads dos arquivos. Por isso, é dominado por músicos que mostram suas faixas como em um portfólio digital.
Por outro lado, o mixcloud é muito bom para leigos. “Depois de gravada a mixtape, basta seguir o passo a passo do site e divulgar sua compilação para os amigos”, emenda Franklin.
Maior retorno
O advogado Gabriel Barros, de Cuiabá, concorda que o mixcloud seja mais fácil. Ele toca o portal "Factóide", sobre a cena musical do Mato Grosso, e publica desde abril de 2011, toda segunda-feira, seus cloudcasts chamados "Hell Citys Cool". Ele conta que, depois de começar a postar suas mixtapes, aumentou o número as bandas e produtores que enviam faixas para seu site. Entre as dicas de Gabriel para reunir música e fazer uma seleção, vale "tentar organizá-las não só pelo gosto pessoal, mas também pelo bpm das músicas”, a velocidade da canção.
Dicas de usuários para produzir mixtapes
Escolha músicas que tenham a velocidade parecida |
Imagine que está contando uma história com começo, meio e fim |
Escolha um tema |
Tente balancear gosto pessoal com o de seus ouvintes |
Selecione faixas menos óbvias, inclua músicas que você escutou de outros usuários |
Apesar do termo técnico, não é difícil montar a playlist. Alisson Gothz, performer paulista, também usuário do mixcloud, diz que “mixtape não é set de DJ, não precisa se preocupar em esvaziar a pista”. Ele tem colocado no ar seus mixes e por meio deles atraindo até convites internacionais. “Já recebi diversas propostas de discotecagens em clubes de vários países baseados nos meus cloudcasts. É uma plataforma ótima para divulgação, além de ser extremamente divertido. Eu adoro colaborar nas mixtapes dos meus amigos, sugerindo música.”
Em junho de 2011, quando as empresas divulgaram seus números pela última vez, o SoundCloud registrava 5 milhões de usuários contra 1 milhão do mixcloud. “Aos poucos a coisa vai ficando mais popular, é natural”, diz Fiervo. “Graças a alguns comentários também acabei conhecendo pessoas de outros países e estados, gente que tem mais afinidade comigo do que meu vizinho de porta”, conclui Franklin Costa.
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